- Gerar link
- Outros aplicativos
- Gerar link
- Outros aplicativos
Fernando Pesciotta
Em agosto, numa época que imaginávamos ser o auge da pandemia, a Pfizer ofertou 70 milhões de doses de vacinas, com entrega a partir de dezembro. O negacionista Bolsonaro recusou.
Na manhã desta segunda-feira (8), o governo anunciou a compra de 14 milhões de doses da vacina da Pfizer, a serem entregues em junho.
Ou seja, por causa da estupidez do capitão cloroquina, o País terá acesso a apenas 20% das doses potenciais e com mais de seis meses de atraso.
Ainda assim, a ideia no Planalto era fazer barulho com o anúncio. Por isso escolheu a manhã de uma segunda-feira, para que a notícia repercutisse ao longo da semana.
Embora continue com suas declarações ignorantes, Messias sabe que sua popularidade tem caído por causa da péssima gestão da saúde pública e busca moldar o discurso.
Poucas horas depois, porém, o ministro Edson Fachin, do STF, jogou a bomba dos julgamentos de Lula. Em síntese, Fachin considerou que Sérgio Moro e sua gangue de Curitiba eram incompetentes para conduzir os processos. Sua decisão, preliminarmente, permite que Lula dispute a eleição de 2022.
Se Fachin estiver certo, fica claro que Lula foi vítima de julgamentos políticos. Se ele estiver errado, Moro é o maior favorecido desse erro.
Porém, independentemente do mérito da decisão, se se trata de uma pegadinha contra Lula, se o plenário do STF ainda vai julgar a parcialidade de Moro, o fato é que o assunto desbancou todos os outros. Em Brasília, nas redes sociais e na imprensa de todo o mundo só se fala de Lula.
Por mais que se diga irritado, Bolsonaro sabe que a volta de Lula ao cenário eleitoral também é uma chance de reagrupar suas forças retrógradas. Imediatamente ele passou a criticar a decisão de Fachin e tirou do fundo do baú os ataques embolorados contra o PT. Se Lula pode disputar a eleição, Messias quer reunir a onda de ódios do antipetismo do seu lado.
O mercado financeiro parece ter tido a mesma interpretação. A Bolsa, que já operava em baixa porque os investidores não acreditam na estabilidade fiscal do governo Bolsonaro, caiu ainda mais e fechou em queda de 3,98%.
Para os especuladores, com Lula no páreo Bolsonaro vai intensificar suas atitudes populistas, dando uma banana para as estabilidades fiscal e monetária, comprometendo ainda mais as contas públicas.
Enquanto o País perde mais de 260 mil vidas por causa de Bolsonaro, fica sem vacina e propaga a cloroquina, está tudo bem, a Bolsa tem valorização recorde.
A movimentação desta segunda-feira é apenas mais uma prova de que os donos do dinheiro são, essencialmente, os responsáveis por nossa maior mazela, também chamada de Jair Messias, porque se quisessem, o teriam tirado quando ficou claro seu DNA genocida.
--------------------
Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
- Gerar link
- Outros aplicativos
Comentários
Postar um comentário
Os comentários são bem-vindos. Não serão aceitos, porém, comentários anônimos. Todos serão moderados. E não serão publicados os que estimulem o preconceito de qualquer espécie, ofendam, injuriem ou difamem quem quer que seja, contenham acusações improcedentes, preguem o ódio ou a violência.