//NOTAS SERRANAS// O que você precisa saber sobre a sua cidade

 

Sessão cansativa

A última sessão da Câmara Municipal levou mais de uma hora para concluir a leitura das indicações dos vereadores ao Executivo. Foram lidas pelo 1º secretário da mesa diretora, Beraldo Cattini, mais de 60 sugestões de medidas que seriam de interesses da população, como limpeza de ruas, corte de matos e construção de parques, entre outras.

Passando a tesoura

A avalanche de indicações levou o vereador Leonel Franco Atanázio (DEM), o Leo da Ambulância, a sugerir a criação de dispositivo no regimento interno para limitar as indicações semanais por vereador ao número de dez para tornar mais ágeis os trabalhos na sessão. “Se o prefeito acatar pelo 2% do que indicaram hoje já está bom”, afirmou.

Nas redes

A vereadora Anna Beatriz Scachetti (PSD) também ficou incomodada com a demora na leitura das indicações e sugeriu alterações no regimento para que a apresentação das indicações seja realizada em uma linguagem mais acessível e menos burocrática. A vereadora propôs ainda o uso das redes sociais para divulgar as decisões e os trabalhos da Câmara. “Pode haver outra forma de tornar viável essas indicações, porque a leitura demorada fica cansativa e acaba afastando as pessoas que vêm acompanhar a Câmara”, justificou. A vereadora Viviani Carraro (Avante) considera que as modificações no regimento da casa podem ser aplicadas não só nas indicações como também nos votos de congratulações e moções, para tornar os trabalhos do legislativo mais ágeis.

Time que está ganhando

Vereadores campeões em sugestões para o Executivo reagiram contrariamente à ideia de limitar as indicações ou modificar sua forma de divulgação. A reação mais forte foi a do vereador Renato Giachetto (DEM), que lidera o ranking de indicações sugeridas. Ele calcula que seja autor de mais de 2.300 indicações. “Discordo frontalmente porque isso é limitar os direitos do vereador. É cercear os direitos dos que querem trabalhar. O vereador vai aos bairros e com essas alterações se limitará a só vir à Câmara”, afirmou. Giachetto acredita que os serranos acompanham os trabalhos do Legislativo e, por meio da leitura das indicações, conferem se seus pedidos estão sendo mesmo encaminhados ao prefeito.

Trabalho limitado

O vereador Wagner Del Buono, o Waguinho do Hospital (DEM), também rechaçou a sugestão. “Não concordo de jeito nenhum”, protestou e informou que pretende continuar fazendo quantas indicações forem necessárias. “Vou fazer, sim, muitas, muitas indicações. Vou procurar os problemas da cidade. No Nova Serra Negra o asfalto não está pronto. Vou fazer 10, 20 indicações”, afirmou. O vereador avalia que o trabalho do vereador já é limitado.

E a Cultura?

A notícia de que a Câmara Municipal será transferida para o Palácio Primavera suscitou preocupação entre os serranos a respeito do destino da Diretoria de Cultura e da Biblioteca Municipal abrigadas no local. O presidente da Câmara, César Augusto Borboni, o Ney, informa que a decisão é do Executivo. O prefeito Elmir Chedid (DEM) pode decidir transferi-las para o Centro de Convenções ou talvez para o prédio onde funciona atualmente a prefeitura, na Praça John Kennedy. A informação de assessores do prefeito é de que ainda não há definição para o local, mas a sua escolha terá como objetivo valorizar a cultura na cidade.  

Polo tecnológico

A criação de um polo tecnológico na cidade volta a ser cogitada. A ideia agora é aprovar uma lei municipal com incentivos fiscais, como a isenção de Imposto Sobre Serviço (ISS), às empresas que instalarem uma unidade no município. “A lei está sendo elaborada e, por enquanto, é genérica'', ressalvou o presidente da Câmara Municipal, César Augusto Borboni, que está à frente das negociações com o governo do Estado.

Parceria

A legislação será formulada com base nos programas da Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (Investe SP), da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, e com o Desenvolve SP – Banco do Empreendedor, instituição financeira do governo paulista, que oferece linhas de financiamento destinadas a investimentos empresariais. Na próxima semana, o presidente da Câmara deve se reunir com representantes das duas instituições para começar a formular a legislação.

Infraestrutura

O presidente da Câmara reconhece, no entanto, que ainda há muitos entraves para a elaboração da lei e em especial para atender alguns requisitos exigidos pelo governo do Estado para enquadrar o município entre os beneficiados pelos programas destinados a investimentos tecnológicos. Um deles é investimento na infraestrutura de telecomunicação, não só para oferecer internet com qualidade, como também com capacidade de receber a geração 5G, a mais avançada em tecnologia móvel. “Serra Negra tem de estar preparada para receber, por exemplo, umas duas salas de coworking (compartilhamento de espaço e recursos de escritório, reunindo pessoas que não trabalham necessariamente para a mesma empresa)”, afirmou Ney.

Nova era

A aposta da administração municipal é que Serra Negra será no pós-pandemia um município atrativo para executivos e empresários que pretendem continuar trabalhando em home office. “Muita gente não vai querer ficar nos grandes centros. As chácaras e apartamentos já têm apresentado grande procura para compra”, afirmou Ney. Sua expectativa é atrair empresas multinacionais, como HP e Microsoft. 

Empreendedorismo?

A prefeitura anuncia parceria com o Sebrae para promover cursos de capacitação na cidade, com a ajuda do chamado "Sistema S", principalmente Senac e Senai. Na rede municipal de ensino, desde o ano passado, o Sebrae ensina as crianças a serem "empreendedoras". Mas usa um conceito bem restrito de  empreendedorismo, o de que ele se resume a abrir um negócio. E, como até as pedras sabem, negócios não são a bola da vez no Brasil. Longe disso, a crise está matando milhares de negócios pelo simples motivo de que o mercado consumidor está se retraindo cada vez mais. O Sebrae faria melhor se ensinasse as crianças a usar o cérebro para voos para altos: que tal estimulá-las a fazer ciência, a buscar projetos inovadores, que contribuam para melhorar a nossa sociedade? Abrir uma lanchonete para vender hambúrgueres não é empreender. 

Não custa pedir

O prefeito Elmir Chedid conversou via internet com o secretário estadual de Logística e Transporte, João Octaviano Machado Neto, e pediu a ele a construção de um novo acesso para o Bairro dos Leais, entre os km 7 e 8 da SP-105, e a concessão ao município de um trecho de 360 metros da Rodovia SP-36, a Engenheiro Geraldo Mantovani, na entrada da cidade, onde estão vários estabelecimentos comerciais e existe grande movimentação de pessoas e veículos. Elmir explicou ao diretor regional do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Cleiton Luiz de Souza, que também participou da reunião, que  esses pedidos são antigos, da administração passada, e até agora o órgão não deu a eles nenhuma resposta. O prefeito pediu ainda recursos para o DER asfaltar 11 estradas vicinais. 

Tiro no pé

A Guarda Civil Municipal e a Polícia Militar estiveram mostrando as armas nestes últimos dias na cidade. Fizeram várias, como dizem, "operações", na verdade blitze para averiguar documentos de motoristas. Lógico que essas "operações" não servem para diminuir a já baixa criminalidade de Serra Negra. Mas são um ótimo entretenimento para quem assiste aos shows televisivos dos Datenas da vida. Ou para quem se julga protagonista de filmes de ação. Serra Negra, como uma cidade que vive do turismo, com baixos índices de ocorrências policiais, deveria, em vez desses espetáculos militaristas, ser mais acolhedora com seus moradores e visitantes. Como sugestão, que tal um policiamento discreto, por guardas desarmados e a pé, no Centro e nos bairros, que interaja com moradores, prestadores de serviços e comerciantes? É o tal "policiamento comunitário", aquele em que o policial fica conhecendo todo mundo, se torna amigo das pessoas e identifica rapidamente quem é estranho na região em que atua. E que tal economizar na compra de combustível, trocando os veículos que rodam de lá para cá, num passeio interminável pela cidade, por um moderno sistema de monitoramento por meio de câmeras? Essa história de "dar uma geral" em pobres coitados, moleques que só querem se divertir e motoboys explorados desde quando acordam até quando vão dormir, não tem nada a ver com segurança pública. (C.M.)

Frente de trabalho

Na semana passada o prefeito Elmir Chedid assinou 105 cheques para pagar os integrantes da Frente de Trabalho, que reúne cidadãos serranos que estavam desempregados. Eles são vistos fazendo serviços diversos na cidade à espera de uma recolocação profissional - algo difícil no momento, já que o Brasil vive não só uma grave crise sanitária, mas também uma profunda crise econômica. Um detalhe importante, que deve ser visto pelos responsáveis por esse grupo de trabalhadores é que eles estão geralmente atuando sem máscaras faciais de proteção.

Atenção aos deficientes

O prefeito Elmir Chedid se reuniu com o chefe de Gabinete da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Ricardo Geciauskas, que estava  acompanhado de Rafaela Nóbrega, da equipe de inclusão social da pasta. “Eles vieram fazer a ponte entre o Estado e o município para que possamos apresentar nossas demandas para a implantação e ampliação de projetos na área da pessoa com deficiência”, disse. Trataram, entre outros, dos seguintes assuntos: projetos de inserção no mercado de trabalho, metodologias de encaminhamento de autistas e mobilidade urbana em Serra Negra. O prefeito aproveitou para pedir a instalação na cidade da Rede de Reabilitação Lucy Montoro, que possui unidades em funcionamento em todo o Estado.