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A dívida mensal do Hospital Santa Rosa de Lima, que girava em torno de R$30 mil antes da pandemia de covid-19, atingiu R$ 70 mil em 2020, como consequência, entre outros fatores, da queda de 57% da receita proveniente dos atendimentos de convênios médicos.
A situação financeira da instituição se agravou não só com o ingresso de menor receita como também com o aumento exponencial das despesas com manutenção e folha de pagamento.
Os gastos mensais do hospital estão estimados em R$ 633 mil, cerca de R$ 190 mil acima dos R$ 442 mil que serão repassados mensalmente pela prefeitura até abril, por meio de convênio firmado com a instituição.
Os dados financeiros do Hospital Santa Rosa de Lima foram apresentados durante o programa Serra Negra na Roda, transmitido, na quinta-feira, 28 de janeiro, pela página do Facebook da Casa da Cultura e Cidadania Dalmo de Abreu Dallari.
Participaram do programa o suplente de vereador Leandro Tomazi, procurador jurídico do hospital, Celso Maurício Civera, presidente da ONG Reviver, Pici Dallari Guirelli, ex-tesoureira do hospital e atual presidenta do Asilo Lar dos Velhinhos São Francisco de Assis, e Roberto Suman, ex-presidente da ONG Reviver.
O consenso entre os participantes é de que as dificuldades financeiras do hospital, que se arrastam há décadas, só poderão ser superadas com a gestão compartilhada entre o setor público e o privado.
“O poder público precisa estar muito mais presente no hospital. O hospital precisa estar mais presente no setor público. O setor público precisa ter um gestor acompanhando a administração”, disse Tomazi.
Pici Dallari compartilha opinião semelhante: "Antes do aumento de repasse de recursos para o hospital, é preciso ter essa sintonia fina entre as gestões pública e privada”, afirmou. “Temos de ter o hospital como o coração da saúde na cidade”, acrescentou.
Menos contribuições
A ONG Reviver não tem conseguido contribuir mais, revelou seu ex-presidente, Roberto Suman, em um desabafo emocionado. “Não sabemos mais o que fazer. Estamos impossibilitados. Esse problema do hospital sempre foi assim e nunca resolvido. Agora, está na hora de resolver", afirmou.
A arrecadação anual da ONG despencou. Era de R$ 466 mil em 2016 e caiu para R$ 164 mil em 2020. Dos mais de 200 voluntários que contribuem mensalmente, menos de 50 mantiveram as contribuições depois da pandemia.
Os hotéis, que chegavam a levantar uma renda de até R$ 15 mil mensais, por meio da taxa de R$ 1 por dia de hospedagem cobrada dos visitantes, praticamente zeraram a arrecadação.
Muitos dos hoteleiros deixaram de repassar os recursos mesmo depois da retomada da atividade econômica.
Em contrapartida, os custos do hospital dispararam, pressionados pelas despesas com folha de pagamento, materiais de trabalho, equipamentos de proteção individual e remédios.
Segundo Suman, a folha de pagamento consome mensalmente R$ 270,5 mil; prestação médica no pronto socorro, R$ 146 mil; retaguarda, R$ 175 mil; transferência de paciente (ambulância), R$ 32,5 mil; ambulatório ortopédico, R$ 6 mil; e responsabilidade técnica, R$ 1.500.
“Não entra nessa contabilidade energia elétrica, alimentação, medicamentos, insumos, descartáveis e material de limpeza”, ressaltou. Embora não esteja diretamente ligado à ONG, Suman diz que mantém conversas diárias com funcionários do hospital.
Faltam medicamentos, equipamentos básicos e até alimentação. Só a dívida com supermercado, segundo ele, chega a R$ 18 mil e com o varejão de hortifrútis, R$ 5 mil. Os gastos com alimentação eram supridos com eventos, como bazar e chás, suspensos com a pandemia.
O hospital também perdeu receita com a ocupação de seus leitos particulares pelos pacientes de covid-19. A instituição não tem mais recursos sequer para pagar consertos no telhado e arcar com reparações nas instalações elétricas. O hospital, ele alertou, corre o risco de pegar fogo.
Ano difícil
As expectativas para 2021 são de um ano ainda muito difícil devido ao agravamento da pandemia, mas há consenso também entre os participantes de que o prefeito Elmir Chedid (DEM) está atento ao problema.
A expectativa é que Chedid adote alguma nova estratégia no relacionamento com a administração do hospital a partir de abril, quando toma posse uma nova diretoria na Associação da Santa Casa de Misericórdia de Serra Negra, mantenedora do hospital, e o Orçamento municipal já dará sinais mais claros de como deverá ser a arrecadação de impostos em 2021.
“Este é um ano difícil novamente. Muita gente não vai pagar o IPTU, porque o imposto, infelizmente, é o primeiro a ser cortado”, observou Suman, que acredita que o prefeito é inteligente e tem demonstrado boa vontade.
Por enquanto, a única ação efetiva é a campanha de arrecadação de medicamentos, materiais, como luvas e máscaras, além de alimentos neste sábado, 31 de janeiro. As doações devem ser feitas diretamente no hospital.
Assista abaixo a íntegra do programa:
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