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Privatização da água 1

Os candidatos à prefeitura de Serra Negra fizeram muitas promessas aos eleitores de resolver os problemas de saneamento básico e falta de água na cidade, sem, no entanto, questionar a privatização dos serviços de saneamento e abastecimento de água para a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).


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A carência de saneamento básico em algumas áreas, como a Nova Serra Negra,  e a falta de água por até três dias em outras, como o bairro de Três Barras, foram citadas ao longo da campanha eleitoral pelos candidatos, como Marco Bueno e Elmir Chedid, que aliás, é o responsável por transferir os serviços de saneamento básico e água para a Sabesp quando foi prefeito, entre 1997 e 2000.


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Embora não sejam os responsáveis pela terceirização da área de saneamento básico e abastecimento de água,  Marco Bueno e Leandro Gianotti, vice em sua chapa, não questionaram a privatização desses serviços. A dupla se mostrou indignada por encontrar nas Três Barras uma moradora que estava sem água em sua casa havia três dias. Os candidatos, no entanto, não apresentaram uma solução na "live" transmitida na quarta-feira, quando falaram sobre o assunto e criticaram a atual administração municipal.


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Elmir Chedid também protestou contra a cobrança de R$ 250 para a contratação de um caminhão limpa fossa pelos moradores da Nova Serra Negra. O candidato prometeu, se eleito, cobrar uma taxa pequena enquanto a Sabesp não solucionar o problema da falta de rede de esgoto. “Sabesp, ligue o esgoto onde não ligou”, afirmou o candidato na "live" de quinta-feira, 12 de novembro. Mas não questionou a privatização de um serviço essencial para a população.


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“Nós queremos o esgoto ligado. Queremos a estação elevatória de esgoto no Jardim Serra Negra, Nova Serra Negra e nos bairros que estão precisando”, afirmou o candidato, se referindo aos serviços não realizados pela Sabesp, sem mencionar, no entanto, se a empresa seria ou não multada. O candidato deu a entender que a Sabesp não está liberando recursos para a realização desses serviços.


Brasil na contramão

Assim como Serra Negra, o Brasil que acabou de aprovar no Congresso o marco do saneamento básico, que deverá ser sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro, vai na contramão do mundo e de países que privatizaram esses serviços de saneamento, se arrependeram e estão voltando atrás.


“Remunicipalização da água”

Um estudo denominado "Our Public Water Future", do instituto de pesquisa TNI (The Transnational Institute), publicado pelo UOL, mostrou que, entre 2000 e 2015, 208 cidades de 37 países, que envolvem 100 milhões de pessoas, tiveram seus sistemas de saneamento básico "remunicipalizados", incluindo capitais, como Berlim, Buenos Aires e Paris, e grandes cidades, como Atlanta. Em 40% desses casos houve rompimento unilateral por parte do Estado, enquanto em 44,7% os contratos acabaram e as prefeituras optaram pela estatização.


O caso Berlim

Parte da holding controlada pelo Estado para gerir o saneamento da cidade de Berlim foi vendida para um consórcio de empresas francesas e alemãs em 1999. Praticamente cinco anos depois, em2004, o preço da água havia aumentado em cerca de 35%, segundo os pesquisadores do TNI. Entre 1999 e 2011 os investidores lucraram cerca de 1,5 bilhão de euros, o equivalente a 7% anuais. Em 2012, o Federal Cartel Office alemão (agência que regula a concorrência no país), ordenou que os preços da água fossem diminuídos em 18% por serem considerados abusivos. Em 2012 e 2013, após uma intensa pressão pública principalmente por conta do valor das tarifas, a cidade de Berlim readquiriu as ações que haviam sido vendidas.


Faltou discussão

Assim como outras questões mais complexas e que envolvem outras esferas de governo, a privatização do saneamento básico foi um dos temas que ficaram fora das campanhas eleitorais em Serra Negra. Nenhum candidato questionou a privatização da água, embora Serra Negra seja a cidade das águas.


Ameaça de cassação

O candidato do Patriota à prefeitura de Serra Negra, Eduardo Canhassi, ameaçou entrar na Justiça Eleitoral com pedido de impugnação da coligação Tudo Novo de Verdade, encabeçada por Marco Bueno. O argumento é que a campanha adversária teria divulgado fake news em folheto sobre denúncias na área da saúde distribuído na cidade, no qual responsabiliza o candidato da coligação Serra Negra Quer Mais, Elmir Chedid, e o irmão deputado Edmir Chedid (DEM), pela morte de uma paciente atendida no Hospital Santa Rosa de Lima, ocorrida na administração do ex-prefeito Antonio Ítalo Franchi (Bimbo). Eduardo Canhassi  argumentou em live que o eleitor corre o risco de eleger um candidato que poderia ser cassado após as eleições.


Fake news

A coordenação da chapa de Marco Bueno informa, no entanto, que mesmo que fosse configurada a divulgação de fake news, a punição seria multa, não a cassação da chapa. “Está tentando iludir o eleitor”, afirmou Tiago Jardim, um dos coordenadores da campanha Tudo Novo de Verdade. Além disso, Eduardo Canhassi, segundo o coordenador, estaria saindo em defesa de Elmir Chedid, que tem sido seu principal adversário ao longo da campanha eleitoral. “Não faz o menor sentido”, afirmou Tiago. 


Diga-me com quem tu andas 1...

Os candidatos a prefeito na reta final trouxeram para Serra Negra seus amigos políticos. Neste sábado, 14 de novembro, logo cedo, o candidato Elmir Chedid caminhava pelas ruas centrais na companhia do vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia. A tentativa talvez seja reverter a péssima imagem do governador João Doria entre parte dos comerciantes e bolsonaristas serranos, que se opôs de forma veemente à medida do atual prefeito Sidney Ferraresso (DEM) de isolamento social e o fechamento das lojas por mais de dois meses. 


Diga-me com quem andas 2...

No dia anterior, o deputado Edmir Chedid, irmão de Elmir Chedid, citou os deputados amigos, como Joyce Hasselmann, de quem se disse muito amigo, Mara Gabrilli (PSDB), o pastor Roberto Lucena (Podemos), o deputado federal Wanderlei Macris (PSDB) e Jefferson Campos (PSB). “Amizade abre portas, a gente precisa ir até onde estão os benefícios para trazer”, afirmou.


Diga-me com quem andas...3

 A coligação Tudo Novo de Verdade trouxe o deputado Ricardo Izar Jr. (PP), que gravou vídeos apresentando obras que teriam sido feitas com recursos encaminhados por ele e o pai, Ricardo izar, que também foi deputado federal. O candidato Júnio Vitale, da coligação  PSD/Solidariedade/Podemos /PDT contou com a participação nas andanças pelas ruas da cidade de Guilherme Campos, diretor do Sebrae e presidente do PSD, partido de Vitale.


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Tudo indica que o importante é trazer recursos, mesmo que os deputados votem em projetos que garantam a manutenção de privilégios e que vão contra aos interesses da população em especial os dos trabalhadores e dos cidadãos mais pobres.

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