//ANÁLISE// Flávio Bolsonaro e o estupro culposo

                                                             


Fernando Pesciotta


O Ministério Público de Santa Catarina alega que o vídeo que expõe as humilhações sofridas por Mariana Ferrer foi editado. O site responsável pela divulgação sustenta sua versão.

O caso, que já era polêmico, ganha ainda mais dimensão, trazendo à tona detalhes da vida de seus personagens. Quem mais perde, do ponto de vista de imagem reputacional, é o advogado do suposto estuprador. Sua vida está sendo passada a limpo.

A imprensa revela que “Gastãozinho”, como é conhecido o advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho, é um religioso ardoroso, acorda às 4h da manhã todos os dias para rezar. Compra Ferraris, frequenta a hípica de Florianópolis e não dispensa festas com a nobreza do Estado.

Gastãozinho ganha muito dinheiro com seus clientes, onde se incluem os líderes de facções criminosas que operam no Estado. Segundo a Folha, ele é próximo de Olavo de Carvalho, o astrólogo que faz a cabeça do bolsonarismo.

E, claro, Gastãozinho é fã da família Bolsonaro. Poderia, então, defendê-la. Além do filho do presidente, e do famoso Fabrício Queiroz, ex-assessor da família, o MP do Rio de Janeiro denunciou outras 15 pessoas acusadas de peculato. A denúncia virou notícia em todo o mundo.

Entre os denunciados estão familiares de Jair Bolsonaro, como sua nora Fernanda Antunes Figueira Bolsonaro.

Peculato, por definição jurídica, é crime de subtração ou desvio, por abuso de confiança, de dinheiro público. Numa linguagem mais simples, peculato é roubo.

Em 11 anos, essa gangue da família Bolsonaro desviou ao menos R$ 5 milhões. E não se pode esquecer que vários denunciados “trabalharam” também no gabinete do então deputado Jair Bolsonaro, num esquema ainda não investigado.

Por falar nisso, por que Queiroz depositou R$ 89 mil na conta de Michele Bolsonaro?

É a nova política em nome da recuperação ética e moral do Brasil.

Nova política que está ajudando o Centrão também. O governo intensificou as nomeações no segundo escalão para agradar aos partidos do bloco e acabar com a disputa política que têm obstruído a pauta legislativa ontem, numa votação no Senado, o governo teve DOIS votos.

É o famoso toma lá, dá cá. Assim, Jarbas Valente, indicado pelo PSD, vai comandar a Telebrás. O partido de Gilberto Kassab está no controle das telecomunicações desde a gestão de Michel Temer.

É Bolsonaro mudando o Brasil.
 
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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