//TRABALHO// Correios mantêm greve em Serra Negra

   


A agência dos Correios em Serra Negra permanecia fechada até o fim da tarde desta quinta-feira, 3 de setembro, devido à greve dos funcionários da empresa. Um aviso fixado na porta orienta a população a procurar a agência dos Correios em Amparo.

Os serranos enfrentam dificuldades para enviar ou retirar encomendas. Uma moradora serrana, que preferiu não se identificar, relatou ao Viva! Serra Negra que foi esta semana até a agência de Amparo rastrear uma compra realizada há duas semanas pela internet.

A moradora diz que quando efetivou a compra online, a agência de Serra Negra estava aberta e funcionando normalmente, embora os serviços de transportes dos Correios já estivessem paralisados.

Na agência de Amparo, porém, recebeu a informação de que sua encomenda já teria chegado à Serra Negra e estaria na agência dos Correios do município. A moradora só poderá retirar a encomenda quando a agência serrana retomar as atividades.

Os empresários de Serra Negra também enfrentam dificuldades para enviar encomendas realizadas via internet. A maioria está recorrendo a serviços terceirizados. As empresas de motoboy aceitam apenas as encomendas de até 25 quilos.

Para despachar mercadorias acima deste peso, os empresários têm recorrido às empresas transportadoras, contratadas também para o recebimento de pedidos realizados a fornecedores.

Os trabalhadores dos Correios estão no 17º dia consecutivo de greve, iniciada em 18 de agosto contra o descumprimento pela empresa do acordo coletivo da categoria com vigência prevista até 2021.

A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) argumenta que a categoria teve pelo menos 70 cláusulas do acordo coletivo descumpridas, entre as quais 30% do adicional de risco, vale-alimentação e auxílio-creche.

Os descontos indevidos teriam sido efetuados pela empresa no contracheque de agosto. A Fentec informa ainda que os Correios teriam elevado a participação dos trabalhadores no custo dos planos de saúde e reduzido a parte de responsabilidade da empresa.

A Federação alega ainda "descaso e negligência da empresa com a vida de trabalhadores e clientes" durante a pandemia do novo coronavírus.

Em nota publicada pela entidade, os sindicatos estariam travando diversas disputas judiciais para que sejam fornecidos aos funcionários itens básicos de segurança e higienização, como sabonete, álcool em gel desinfecção de agências e testagem de trabalhadores.

Além de negarem o fornecimento desses itens, segundo representantes da categoria, os Correios não têm fornecido informações sobre o número de funcionários infectados nem o de óbitos por covid-19.

A empresa aguarda o julgamento do Dissídio de Greve pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Comentários



  1. A Constituição Federal, em seu artigo 9º e a Lei nº 7.783/89 asseguram o direito de greve a todo trabalhador, competindo-lhe a oportunidade de exercê-lo sobre os interesses que devam por meio dele defender.

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