//CULTURA// Serranos lançam revista para falar de filosofia, história, arte...


A professora aposentada Mara Roselaine Pinto da Fonseca acaba de realizar um sonho antigo: publicar uma revista cultural, "um espaço diferente para dialogar com o conhecimento, espaço que me permite conversar com diferentes sujeitos e com uma variedade de temas", como detalhou. 

A revista, em formato digital, chama-se Meridiano de Sentidos, e seu conteúdo enfatiza alguns assuntos: "No campo das diferentes áreas, escolhi algumas específicas com as quais me identifico mais - a história conversando com a filosofia e as duas de mãos dadas com a arte", diz Mara. "Vamos compartilhar qualquer tipo de criação, indagar sobre razões filosóficas de se viver, olhar para os acontecimentos do passado e fazer uma relação com o mundo subjetivo." 

A ideia de criar uma revista cultural, diz Mara, foi amadurecendo a partir do momento em que ela iniciou uma série de viagens pelo Brasil. "Conhecendo um pouquinho de várias coisas interessantes, resolvi amadurecer a ideia de colocar em prática meu ideal de vida, ter um canto para escrever em pareceria com pessoas que acreditam nas mesmas perspectivas que as minhas." 

Ela conta que, viajando pelo interior do país, se deparou com "uma riqueza cultural intensa" e percebeu que muitas pessoas que trabalham principalmente com a arte, de diversas maneiras, não faziam ideia de como poderiam levar seu trabalho para os outros. "São pessoas muito simples, com criações magníficas e sem estrutura ou mecanismos para divulgar ou até comercializar o que fazem", diz. "Achei interessante e salutar ajudar de alguma forma, pensei em criar um espaço único, onde essas criações, estilos de vida, conhecimento regional e outras questões, pudessem vir aos olhos de outros, e criar esse 
espaço a partir disso foi uma consequência natural".

Mara: cidade tem muita história e conteúdo para ser explorados

Mara diz ainda que a inspiração para criar a revista "veio talvez um pouco das recordações da minha adolescência, pautada em leituras de revistas que tínhamos em casa". Ele explica que cresceu "em um ambiente simples, mas cercada de estímulos e possibilidades de estar sempre diante de muitos livros". 

Naquele tempo, pensar na existência de redes sociais "era utopia", afirma. "Venho da geração das cartas escritas à mão e um longo tempo de espera pelo seu retorno e cresci olhando figuras, imagens nos livros empoeirados na estante de casa e mal sabia eu que seriam esses mesmos livros que estariam percorrendo toda a minha vida."

Hoje, confessa, está "serena" e quer contribuir de alguma forma para a divulgação de "coisas boas". Diz que pretende retornar ao "cenário educacional" a fim de levar "para dentro das escolas" o material da revista. "Gostaria de desenvolver algumas atividades com crianças e jovens", afirma.

Mara acredita que Serra Negra tem muita história e conteúdo para ser explorados de maneira "lúdica, atrativa e poética, na qual gostaria de me debruçar". Na sua opinião, para a cidade crescer culturalmente é preciso que as pessoas "deixem suas intenções de lado para abraçar outras causas". Ela também diz ter aprendido que parcerias são importantes, "ainda mais atualmente, frente a um processo mundial e humano de mudanças profundas".

Para que o lançamento da revista se concretizasse, Mara contou com a colaboração de várias pessoas. Ela destaca Alice Gelmini, que criou o design do site e a psicóloga Maria Luiza F. Manzano, "apoiando e fazendo um trabalho de percepção dos temas e trazendo um olhar clínico frente a dinâmica dos assuntos", além de amigos que "sempre estiveram perto me dando forças e me incentivando a continuar, como Lígia Lamari e Renato Pires".

Mas faz uma ressalva: "Se eu for citar todos que me ajudaram, não haverá espaço suficiente."

A revista digital Meridiano de Sentidos pode ser acessada aqui

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