//POLÍTICA// Vereadores querem participar de decisões sobre pandemia


Os vereadores querem alterar a composição do Comitê Municipal de Prevenção e Enfrentamento ao Coronavírus de Serra Negra. Edson Marquezini (PSC) informou na última sessão da Câmara Municipal, na terça-feira, 26 de maio, que pretende encaminhar uma indicação ao prefeito Sidney Feraresso (DEM) sugerindo a inclusão de representantes do Legislativo, do Judiciário e de empresários serranos.

O vereador reivindica o ingresso no comitê de dois vereadores, um infectologista, além de representantes do Ministério Público, do Judiciário, do comércio e da rede hoteleira.

A indicação, ele informou, deverá contar com a assinatura dos vereadores da oposição Ricardo Fioravanti (PDT), Roberto de Almeida (Republicanos) e Leandro Gianotti Pinheiro (PV), além do presidente da Câmara, Wagner Del Buono (DEM). O vereador estendeu o convite aos demais vereadores para que subscrevam também a indicação.

“Franqueei para que todos os vereadores assinassem, quem quiser assinar, assine já”, afirmou. O Comitê Municipal de Prevenção e Enfrentamento ao Coronavírus de Serra Negra é integrado pelos secretários municipais de Saúde, Educação, Fazenda e Planejamento e Gestão Estratégica, além de representantes do Gabinete do Prefeito e do Departamento Jurídico.

“Não podemos ficar à mercê de cinco pessoas, das quais três não são técnicos”, afirmou o vereador. Para Marquezini, a presença da secretária da Saúde, Teresa Cristina Fernandes, e do representante do Departamento Jurídico da prefeitura, Atílio José Gonçalves Siloto, são essenciais para o comitê. “Os demais não são técnicos de áreas relevantes”, afirmou,  salientando que não está solicitando substituições.

“Não estou pedindo substituição, mas que sejam acrescentadas essas pessoas, porque precisamos saber antes de tomar decisões sobre a nossa cidade o que pensam o Ministério Público, o Judiciário, a Ashores [Associação Hotéis, Restaurantes e Similares de Serra Negra], o comércio, a Câmara de Vereadores e o médico infectologista”, afirmou.

Marquezini lembrou que a partir de 1º de junho, segundo decreto divulgado pela prefeitura, em 22 de maio, o comércio começa a retomar suas atividades. Na próxima semana deverá ser colocado em votação projeto de sua autoria que obriga o comércio a fornecer álcool em gel aos clientes, que deverão, segundo o projeto, obrigatoriamente usar máscaras.

O vereador aproveitou para defender a reabertura do comércio e a retomada das atividades econômicas. Lembrou que municípios vizinhos, como Monte Sião, já estão funcionando normalmente. “Se aumentou os casos ou não, não sei, mas sei que estão vendendo”, afirmou.

Ele também citou Amparo e fez críticas a serranos que o questionaram sobre o que é mais importante, a vida ou um lucro de R$ 100 mil.  “Ele fala isso, mas está trabalhando. Quem fala isso ou é porque tem uma aposentadoria, é funcionário público, é porque tem uma renda de aluguel ou é porque está trabalhando. A pessoa que não está trabalhando, não está tendo sustento da sua família”, afirmou.

Marquezini lembrou ainda que a colheita do café está se aproximando e os trabalhadores rurais precisam aproveitar esta que é a melhor época do ano de trabalho e de renda para a cafeicultura, principal atividade agrícola do município. “O argumento de que o imposto foi prorrogado por 60 dias e que o aluguel vai esperar 90 dias é camuflar uma situação que vai estourar na frente”, disse.

O vereador, no entanto, lembrou que o plano de “retomada consciente” e o decreto estadual estabelecendo suas regras, que deverá ser publicado nesta quinta-feira, 28 de maio, pelo governo do Estado de São Paulo podem alterar o decreto municipal divulgado na semana passada pela prefeitura de Serra Negra, que prevê a reabertura do comércio e da rede hoteleira do município.

O vereador Leandro Gianotti Pinheiro também questionou essa possibilidade durante a sessão da Câmara. Pelo cronograma do governo do Estado, ele lembrou, a rede hoteleira só poderá funcionar a partir da fase 3, prevista para se iniciar em 1º de julho, se houver controle da evolução dos casos e capacidade hospitalar suficiente para atender a população da região.

“Mas os hotéis estão se preparando com estoques, funcionários, e vão chegar no dia 1º de junho e não vão poder abrir?”, perguntou o vereador. “Tem de cumprir a promessa de reabertura de 1º de junho, porque não podem fazer isso com empresários que já estão 70 dias sem funcionar”, contestou.

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