//ECONOMIA// Inadimplência de microempreendedor individual bate recorde


Praticamente sem programas do governo para amenizar o impacto da crise econômica provocada pela pandemia do covid-19 em seus negócios e com forte queda no faturamento, microempreendedores individuais (MEIS) deram o maior calote registrado até agora pela Receita Federal no pagamento do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS).

A pandemia do coronavírus levou 59,3% dos 10 milhões de empresários dessa categoria no país, denominados nos últimos anos de empreendedores, a deixar de pagar o DAS em março, segundo dados da Receita Federal.

A inadimplência ficou 9,25% acima do mês anterior e é a maior da série histórica que começou a ser pesquisada em janeiro de 2018.

O pior resultado registrado  havia sido em janeiro 2018, quando 58,8% dos microempreendedores não pagaram a contribuição ao governo.

O microempreendedor individual fatura anualmente até R$ 81 mil e paga contribuições mensais que variam de R$ 53,25 a R$ 58,25, de acordo com o setor de atividade. Os impostos pagos em março pelos MEIs se referem a fevereiro.

O governo adiou o pagamento das contribuições que venciam em abril, maio e junho para outubro, novembro e dezembro, respectivamente.

Segundo economistas, a pandemia afetou os negócios dos empreendedores já a partir de março. Com a queda no faturamento os pequenos empreendedores ficaram sem capital para saldar as dívidas, incluindo os impostos.

O faturamento médio anual dos pequenos empreendedores é de R$ 23.800 e a renda mensal média de R$ 1.987,50, segundo dados da Receita Federal relativos a 2018.

A situação desse segmento se agrava porque as medidas anunciadas pelo governo federal para amenizar o impacto da crise econômica entre os microempresários não chegaram até eles ainda e algumas sequer saíram do papel.

Cerca de 16,2 milhões de microempreendedores não se encaixam no programa que oferece empréstimos para pequenas empresas pagarem os salários dos trabalhadores por até dois meses e ficaram, portanto, excluídos do benefício.

 O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a intenção de criar uma linha de R$ 5 bilhões para microempreendedores, microempresas e empresas, mas os empréstimos só devem começar em julho.

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