//OPINIÃO// Um novo planeta Terra vem aí


Carlos Motta

A humanidade está diante de uma escolha que pode definir sua existência: o que é mais importante, a acumulação de capital ou o bem-estar das pessoas?

Claro que muita gente vai dizer "que bobagem, uma coisa não exclui a outra".

Será?

Esta horrível pandemia do covid-19 deixa tudo mais simples.

O capitalismo, regime econômico adotado, em maior ou menor grau, pelo Ocidente, sempre vendeu a ideia de que a civilização é movida pelo dinheiro, pelo lucro.

Só é bem sucedido quem acumula mais capital, quem consome mais bens e mercadorias e quem dispõe da maior quantidade de mão de obra em seu benefício.

É, essencialmente, um sistema egoísta, individualista, que despreza a solidariedade.

O capitalista se move pelos seus próprios interesses. 

O coletivo tem de estar a seu serviço. 

É a velha história de privatizar os lucros e socializar os prejuízos.

A história do mundo, porém, é dinâmica. Os dinossauros que o digam...

Agora, em vez de um meteorito, é um vírus que vem alterar a ordem das coisas. 

A humanidade, ou os capitalistas, que formam parte dela, está descobrindo que a saúde não pode ficar submetida a meros interesses comerciais, à fúria predatória das corporações médicas.

Um agente microscópico mostra, da maneira mais violenta, que montanhas de dólares não protegem a vida de ninguém.

E que, para sobreviver, o ser humano, seja branco ou preto, rico ou pobre, depende da solidariedade de seu semelhante - não exponha seus amigos, seus vizinhos, seus parentes, ao risco da infecção, suplicam as autoridades médicas do mundo inteiro.

Passado o tsunami desta pandemia o planeta Terra será outro. 

É bem provável que se dê muito mais valor a uma vida saudável - algo que abarca não só o corpo, mas o espírito - do que a essa corrida interminável em busca do lucro, do carro novo, do tênis da moda, do revolucionário método de emagrecimento e da felicidade comprada por pílulas e quimeras.

Quem viver, verá.


Comentários

  1. Desculpe discordar... Entre o início do século XX ao início do XXI, tivemos entre outras: Primeira Guerra Mundial, Crash da Bolsa de Nova York, Segunda Guerra Mundial, A Guerra Fria, a Guerra do Vietnan, a crise do petróleo, a Guerra do Golfo, a guerra contra o Taliban, a guerra na Síria, a guerra civil na ex Iugoslávia.. e por aí vai... Todos estes eventos mataram mais gente do que qualquer surto por vírus ou bactérias. E o mundo quando recomeçou, em nenhum momento foi reflexivo e atencioso com as chamadas minorias. Ocorreu o contrário. O capital veio muito mais voraz em virtude das oportunidades que se abriram com a derrocada da sociedade. Agora não será diferente. O mundo não será menos capitalista e mais humano. Com certeza não.

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