//OPINIÃO// Nomes, ideias, eleição


Carlos Motta

As redes sociais serranas já ecoam a movimentação dos políticos com vistas à eleição deste ano, bem como é cada vez mais forte o zum-zum-zum nos bate-papos informais. Fulano vai ser candidato, sicrano será seu vice; não, você está enganado, beltrano é que vai sair para prefeito... 

Não faltam nomes nem siglas partidárias nessa algaravia que se espalha pela cidade.

Embora apenas há meia dúzia de anos vivendo nesta comunidade, uma coisa já deu para perceber: duas grandes forças antagônicas disputam o poder político.

Uma comanda o Executivo já faz bem um bom tempo; a outra, subdividida, se diz contra o grupo dominante.

Parece simples. E, de certa forma, é.

Pelo menos no que diz respeito àquilo que ambos os times pretendem, que é tomar a prefeitura e contar com apoio legislativo.

Igual ao que ocorre em muitas outras cidades - e mesmo países, como, por exemplo, os Estados Unidos, divididos entre democratas e republicanos.

A coisa fica um pouco mais complicada, porém, quando a gente pergunta qual a diferença entre esses dois aglomerados, aquilo que os divide e os torna irreconciliáveis. 

Será que um tem visão administrativa - e política, por consequência - tão oposta assim do outro? 

Ou será que tudo se resume a velhas rixas, antigas traições, brigas mal resolvidas, antipatias inexplicáveis?

Serra Negra, como todas os municípios brasileiros, tem uma série de problemas. Alguns maiores, alguns menores. Nenhum deles, todavia, foge daquilo que o brasileiro mais se queixa: saúde, educação, transportes, moradia, emprego...

Situação e oposição devem saber disso. Afinal, por dever de ofício, têm de estar antenados com o que acontece no Estado, no Brasil e no mundo.

Devem saber que Serra Negra não é um satélite que flutua no espaço desligado no planeta Terra - por falar nisso, é bom lembrar que ela é redonda...

Portanto, os dois grupos, agora que o tempo vai corroendo com mais presteza o calendário eleitoral, deveriam explicar melhor para os munícipes qual é a deles, ou seja, como vão criar mais empregos, aumentar a receita, melhorar o atendimento médico - 97% dos serranos são dependentes do SUS! -, atrair mais turistas, que são a galinha dos ovos de ouro da cidade, oferecer aos jovens lazer e educação de qualidade, para dar a eles perspectivas de uma vida decente... 

Há, enfim,muitas questões que a situação e a oposição poderiam debater.

Prender-se a nomes, como se eles por si só fossem capazes de, com o esplender de sua história, transformar Serra Negra numa terra de leite e mel, é acreditar em contos da carochinha.

Ou crer que o eleitorado serrano deve ser tratado como um pacífico rebanho a ser conduzido para ali ou acolá, conforme a força dos gritos dos pastores.

Ou dos coronéis.


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