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Salete Silva
Serra Negra já registrou 11 casos de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. Todos eles estão sendo acompanhados por psicólogos e assistentes sociais do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) de Serra Negra, responsável por atender pessoas que tiveram seus direitos violados.
A incidência elevada de abuso sexual infantil no município alertou o secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, Danilo Francisco Andrade Guerreiro, o Danilo da Farmácia, que decidiu lançar uma campanha para informar as crianças sobre o que é situação de abuso e incentivar as denúncias.
“Há um número grande de casos que vão parar no CREAS, mas as denúncias demoram a chegar”, diz o secretário. O perfil das vítimas é predominantemente de meninas, com idade entre 4 e 14 anos.
O abusador em geral se aproveita do fato de ser próximo da família da criança e de contar com a confiança de todos. A maioria é homem, da própria família, como pais, padrastos, tios, irmãos, ou são amigos e pessoas de confiança.
A idade do abusador é variável e vai desde adolescentes até idosos. A estratégia utilizada é quase sempre a mesma. Ele se aproxima da criança oferecendo presentes, passeios e outras atividades de interesse da vítima.
O número de casos tem crescido, segundo o CREAS, mas os técnicos não sabem precisar as razões. Pode ser que haja de fato um aumento do número de vítimas ou que a elevada incidência de abuso infantil seja consequência do maior acesso aos canais de denúncia.
O principal alvo da campanha são as escolas municipais e estaduais. Os professores são considerados figuras de referência e confiança para crianças e adolescentes, com os quais mantêm vínculos afetivos. Eles serão orientados para explicar aos alunos quais são as situações que configuram abuso sexual, como carinho escondido e toque das partes íntimas.
A criança será orientada também sobre seus direitos, como o de não ser obrigada a beijar adultos, incluindo avós, tios, primos, professores, pastores e padres, e de não permitir que outra pessoa toque seu corpo.
A campanha alerta também pais e professores sobre os sinais emitidos pelas crianças vítimas de abuso sexual. Elas costumam apresentar mudanças súbitas no comportamento. Se tornam mais agressivas, tendem a se isolar e apresentam baixo rendimento escolar e sexualidade aflorada. É comum ainda se esquivarem de pessoas e lugares.
Além do sofrimento impingido pelo abuso, as consequências da violência sexual na vida adulta são inúmeras, como problemas sexuais, fobias, ansiedade e depressão. Quanto mais tarde a intervenção, maiores as sequelas.
Diante da suspeita, os pais ou responsáveis devem procurar um dos seguintes serviços de proteção: CREAS (3892-7970), Conselho Tutelar (3892-3050), ou Disque 100.
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