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Como se diz popularmente, o mar não está para peixe. A crise econômica persiste, não há sinais de que ela ao menos diminua - ao contrário, a cada dia os fatos políticos vindos de Brasília indicam dias de chumbo para os brasileiros em geral. O fato, nu e cru, é que não há reforma da Previdência capaz de realizar o milagre da multiplicação da renda e emprego, baluartes de uma economia saudável.
Mesmo os mais otimistas estão trocando risos à larga por sorrisos tímidos. Previsões que saudavam um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano em taxas quase chinesas hoje se recolhem à insignificância de números ridiculamente pequenos, incapazes de mover o bobo gigante Brasil um milímetro sequer de sua sempiterna condição de país do futuro.
Os números não mentem, é outra frase que habita o imaginário popular. Pois então, vamos a eles, recolhidos do insuspeito IBGE:
- Em março deste ano a produção industrial nacional recuou 1,3% em comparação com fevereiro, eliminando, assim, o crescimento de 0,6% observado no mês anterior. No confronto com março de 2018, a indústria caiu 6,1%, queda mais intensa desde maio de 2018 (-6,3%);
- No índice acumulado para janeiro-março de 2019, em relação a igual período do ano anterior, a indústria recuou 2,2%.
- A taxa de desemprego (12,7%) no trimestre encerrado em março de 2019 subiu 1,1 ponto porcentual em relação ao trimestre de outubro a dezembro de 2018 (11,6%).
- A população ocupada (91,9 milhões) caiu 0,9% (menos 873 mil de pessoas) em relação ao trimestre de outubro a dezembro de 2018.
- A população fora da força de trabalho (65,3 milhões) ficou estável frente ao trimestre de outubro a dezembro de 2018 (65,1 milhões) e subiu 1,0% (mais 649 mil pessoas) frente ao mesmo trimestre de 2018 (64,6 milhões).
- A população subutilizada (28,3 milhões) é recorde da série histórica do IBGE, com altas em ambas as comparações: mais 5,6% (1,5 milhão de pessoas) em relação ao trimestre anterior e de 3,0% (mais 819 mil pessoas) em relação ao mesmo trimestre de 2018.
- O número de pessoas desalentadas (4,8 milhões) subiu: mais 3,9% (180 mil pessoas) em relação ao trimestre de outubro a dezembro de 2018 e mais 5,6% (256 mil pessoas) em relação ao mesmo de 2018.
- A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) vem aumentando desde o início do ano: 0,32% em janeiro; 0,43% em fevereiro; e 0,75% em março.
É isso. E não é pouca bobagem.
A pequena e pacata Serra Negra, que vive essencialmente do turismo, do setor de serviços, do comércio, da alimentação e da hospedagem de seus visitantes, vem sofrendo, talvez ainda não tanto quanto o restante do Brasil, as consequências de desatinos cometidos por governantes absolutamente incapazes de compreender a grandeza e a responsabilidade do cargo que ocupam.
Hoje, empresários locais se esforçam para adotar medidas que resgatem o lucro perdido. Unem-se em torno de bandeiras louváveis, mas incapazes de espantar o inimigo que, sorrateiro, adentra o território antes esplendoroso em abundância de prosperidade econômica e paz social.
Talvez fosse mais produtivo para todos que eles, bem intencionados, saíssem do isolamento interiorano que os protege das danações cosmopolitas, e passassem a dialogar com pensamentos mais contemporâneos e democráticos, esses que, para uns tantos, soam incômodos e excessivos.
Se há a necessidade, mais que urgente, de um pacto nacional que salve o Brasil de um mergulho mortífero na fossa abissal da desigualdade, injustiça e miséria, é nítido que para que os serranos possam sobreviver a estes tempos amargos, eles devam congregar todas as vozes que se dispõem a construir uma sociedade melhor para todos.
Mesmo que, para muitos, essas vozes não sejam agradáveis.
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Comentários
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Enquanto Serra Negra não resgatar seu RG,sua identidade,continuarão lavando gelo.É tempo da população praticar cidadania. E de ser mais bem informada sendo sujeito de mudanças. Até agora foi objeto.
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