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Carlos Motta
Muito tempo atrás meus professores dos antigos cursos primário, ginasial e colegial se esqueceram de dar aulas de empreendedorismo para mim. Ou não tinham recebido ordens para isso.
Lembro que minha mãe, a dona Vilma, queria que eu, quando crescesse, seguisse os passos de meu pai, o saudoso capitão Accioly, e fizesse carreira no Exército, ou então me formasse doutor. Médico, melhor dizendo.
Não deu certo. Virei jornalista.
Antes, porém, tive muitas aulas de português, história, geografia, matemática, química, física, inglês, e até mesmo noções básicas de filosofia e sociologia.
Mas nada de empreendedorismo.
Como eu, milhões de alunos daquela época sequer conheciam essa palavra ou tinham noção de que ela se tornaria tão importante para o país. Nenhum dos meus amigos ou colegas de escola queria se tornar um empreendedor.
Mas todos pretendiam seguir adiante em suas vocações, com base naquilo que haviam aprendido nas lições ensinadas na escola, em casa e na vida.
Muitos tiveram sucesso, outros fracassaram. Normal.
E alguns acabaram se tornando empreendedores, sem mesmo saber disso. Ninguém os ensinou a criar um negócio, a se virar por conta própria porque o mundo é assim, impiedoso, não tem dó dos mais fracos.
Bem, tudo isso foi em outra era.
Nesta, neste país que escolheu o individualismo como motor das relações humanas no lugar da solidariedade e fraternidade, adotar como mola propulsora da sociedade o empreendedorismo talvez seja mesmo essencial.
Afinal, o Brasil vem fazendo todo o esforço possível para se tornar um imenso acampamento de subempregados, camelôs, prestadores de pequenos serviços, vendedores ambulantes de toda sorte de mercadoria, de alimentos ao mais simplório misticismo.
E nessa selva, para sobreviver, só sendo mesmo um empreendedor.
Carlos Motta
CRÔNICA
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