//TRANSPORTES// Cidades da região começam a debater adoção da Tarifa Zero



A Tarifa Zero foi o tema de um ato público realizado no sábado, 22 de novembro, na Câmara Municipal de Serra Negra. O evento apartidário contou com a participação de moradores, ativistas e políticos de Águas de Lindoia, Amparo, Cerqueira César, Itapira, Mogi Mirim, Santo Antônio de Posse, Socorro e Serra Negra

A criação de uma frente regional para debater a viabilidade da adoção da Tarifa Zero nos municípios foi a principal proposta apresentada no evento. Na ocasião, foi também lançado um abaixo assinado solicitando ao prefeito de Serra Negra, Elmir Chedid, que a prefeitura realize estudos técnicos e financeiros com vistas à implantação da Tarifa Zero no transporte coletivo municipal (https://c.org/sBnvDcNLVZ). 

Participaram do evento as vereadoras de Serra Negra Anna Beatriz Scachetti (Republicanos), Ana Bárbara Magaldi (União Brasil), presidente do Parlamento da Região do Circuito das Águas Paulista, o vereador de Mogi Mirim Ernane Gragnanelo (PT), o vereador de Itapira Leandro Sartori (PSOL), e a ex-vereadora de Amparo Silvinha Forato (PT). A Prefeitura de Serra Negra foi convidada a enviar um representante para o ato, mas não respondeu ao convite dos organizadores. 

Os debates foram conduzidos por dois especialistas no assunto: Luiz Marcelo, jornalista, doutorando em Mobilidade Urbana e assessor técnico do deputado federal Jilmar Tatto (PT) - coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Tarifa Zero - e  Rafael Calabria, técnico da rede BRCidades, criada pela arquiteta e urbanista Ermínia Maricato.

Segundo eles, a Tarifa Zero deixa de ser adotada pelos municípios menos pela questão econômica, já que há várias formas de se financiar o sistema, e mais por uma resistência cultural - tanto para os governantes como para boa parte da população está estabelecido que se deve cobrar pelo serviço de transporte coletivo. 

Os técnicos explicaram o governo federal está estudando como levar a Tarifa Zero para as cidades brasileiras e que uma das ideias é criar uma espécie de SUS da mobilidade urbana, para o qual contribuiriam a União, os Estados e os municípios. Disseram ainda que a implantação do modelo seria gradual e que no próximo ano possivelmente o projeto será adotado, de forma experimental, em um ou dois grandes municípios. 

Mais de 170 cidades brasileiras, a maioria de pequeno e médio porte, já adotaram a Tarifa Zero. Cerca de 130 delas têm gratuidade total, enquanto outras aplicam a gratuidade em fins de semana e feriados e em linhas determinadas. No mundo, o sistema existe desde 2020 em Luxemburgo, e em cidades dos Estados Unidos, França, Sérvia, China, Polônia e Suécia, entre outros países. 

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