Muito se fala, de forma folclórica e cheia de teorias da conspiração, sobre a maluquice que tomou conta do corpo do cantor e compositor Geraldo Vandré. Autor de “Pra não dizer que não falei das flores”, um hino da esquerda brasileira, Vandré teria bandeado para o lado dos militares.
O mesmo pode-se dizer de Aldo Rebelo. Líder comunista nos anos 1960 até os anos 1980, chegou a ser ministro importante em governos anteriores do presidente Lula e de Dilma Rousseff. Nesses cargos, era visto como ponderado e aberto ao diálogo – uma característica dos comunistas no Brasil.
Pois Aldo Rebelo faz uns anos virou a casaca. Tropeçou em sua história e passou a defender a direita mais retrógrada, reacionária e tosca do Brasil, apelidada de extrema-direita bolsonarista.
Em 2024 Aldo viveu o que se poderia imaginar ser o ápice de sua loucura. Foi cotado a vice-prefeito na chapa de extrema-direita em São Paulo, participou ativamente da campanha de Ricardo Nunes e Tarcísio de Freitas.
Mas Rebelo veria agravar seu quadro psicanalítico. Nesta quinta-feira (13) ele foi o centro de um ato do agronegócio em Belém. No evento paralelo à COP30, ele lançou um livro patrocinado pelo agro para meter o pau na COP, na ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, nas ONGs ambientais e na política de preservação ambiental. Aldo pirou.
O ex-comunista (alguém já disse que ex-comunista é pior do que ex-fumante) passou pelo constrangimento de ver o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, ligado ao agro, defender Marina. Disse que a ministra é “idealista, ligada à questão ambiental, honesta intelectualmente” e que é preciso “acoplar a visão de economia e desenvolvimento a essa visão, com foco nas pessoas”.
Aldo tem muitas lições de casa para fazer.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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