Em entrevista dada na semana passada, o ministro Fernando Haddad reconheceu a possibilidade de não continuar no Ministério da Fazenda num quarto mandato do presidente Lula.
Haddad também resiste a ser candidato a qualquer coisa em 2026 e diz que todas as missões dadas a ele pelo presidente já foram cumpridas.
A partir disso, crescem as especulações de que Haddad pode deixar o governo. Não foi isso exatamente que ele disse, mas essa versão interessa muito ao mercado financeiro e, por isso, ganha força em setores da imprensa conservadora.
Seja como for, Haddad fará muita falta. Ele é de longe o político mais bem preparado da atual safra. Íntegro, honesto, inteligente e intelectualmente em vantagem ante qualquer outro quadro da atualidade, Haddad tem até um cargo aquém das suas qualificações.
É com essa moral que ele acertadamente voltou a pressionar o Banco Central para reduzir os juros, que matam investimentos, cortam empregos e estrangulam muitos setores produtivos.
Para os apoiadores da candidatura da extrema-direita, mais alinhada aos interesses do mercado financeiro, uma saída de Haddad é boa notícia. Mas não pelos falsos argumentos que usam, mas por saberem que no fundo significa perda de qualidade do governo Lula.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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