O secretário da matança em São Paulo estreou no cenário nacional de forma bizarra. Chegou de paraquedas em Brasília, como enviado do governador Tarcísio de Freitas para azedar o projeto do governo Lula na segurança e favorecer as milícias e organizações criminosas, mas fracassou. Ainda bem.
Guilherme Derrite não aguentou um dia de fortes críticas à sua aberração e voltou atrás.
Diante do tamanho da insatisfação do governo e até de ministros do STF com o relatório proposto, viu a votação do texto ser adiada até que se enquadrasse. A mais recente versão do relatório atende aos dois principais pontos colocados pelo governo, suprimindo os enquadramentos na Lei Antiterrorismo e mantendo a competência da Polícia Federal.
A primeira versão do relatório do secretário de extrema-direita era tão inapropriadamente favorável ao crime organizado que parecia amador. O projeto passou a ser chamado de PL das Milícias. Especialistas foram unânimes em apontar inconstitucionalidades e inconsistências.
O governador extremista Tarcísio de Freitas agora deve explicações: por que forçou tanto a barra ao licenciar seu secretário para alterar um projeto de lei do governo contra facções para desvirtuá-lo e facilitar a vida do crime organizado?
Se o governador não compactuou com isso, o mínimo que se espera é a demissão do secretário com imediata abertura de inquérito.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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