Enquanto se discutem na COP30 políticas públicas e iniciativas globais para enfrentar a mudança climática que promete comprometer a vida na Terra, nas cidades, o chão de fábrica do mundo, o desmatamento corre solto. São Paulo é o maior exemplo disso.
A prefeitura da Capital parece ter um acordo com as construtoras, que podem tudo. Acabam com bairros, demolem prédios históricos e desmatam a cidade. Só não se sabe ainda quanto pagam para o prefeito Ricardo Nunes.
A construtora Tenda foi autorizada pela prefeitura a cortar 384 árvores num terreno no bairro do Butantan para construir no local quatro torres, num total de 500 apartamentos. Em troca, terá de doar 221 mudas para o município. Um déficit de 42%.
No bairro da Lapa, a construtora Tegra foi autorizada a construir um condomínio onde hoje existe um bosque. Moradores se mobilizaram, mas prevaleceu o poder inabalável das construtoras.
Tudo isso tem a ver com a questão ambiental. Construções desenfreadas, mais carros nas ruas, menos solo permeável, maior concentração de calor contribuem, e muito, para a precarização do clima.
Se cada cidade, cada prefeitura, cada comunidade não fizer sua parte, não vai adiantar muito ter acordos globais complexos para tentar evitar o caos climático que já tem dado umas lambadas em toda a parte.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


A cidade segue os passos dos eleitores. O voto na administração pública é o reflexo do desejo do povo consciente ou não. O zoneamento urbano defende do plano diretor e dos vereadores escolhidos para fiscalizar a vida da cidade a COP 30 é o reflexo da despolitização da população. O meio ambiente é apenas uma forma dos ricos ficarem ricos, pois não habitarão os espaços que modificam. Quantos imóveis não estão fechados a esoeta de valorização conduzida por prefeitos? Nós países desenvolvidos o IPTU é progressivo, justamente para impedir que uma só pessoa monopoliza o espaço social.
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