Os governadores de direita concentram 70% dos gastos nacionais com segurança pública. E apesar dessa gastança, dos discursos de ódio, da defesa da morte e de comportamentos desumanizados, não têm um resultado efetivamente positivo para apresentar.
Não se pode dizer que adotar estratégias de confronto permanente contra suspeitos seja efetivo. Da mesma forma, é forçoso reconhecer, investir apenas em desenvolvimento social não tem surtido o resultado desejado, pelo menos não como grande parte da sociedade diz desejar.
Para além dos dados estatísticos, também é forçoso reconhecer que nos governos estaduais de direita tem muita gente vinculada a milícias e a organizações criminosas como o CV e o PCC. Daí a resistência em aceitar que a unificação de dados e de inteligência é o caminho mais curto para alguma eficiência.
É nesse ambiente de conflitos internos, de divergências e de cegueira intencional é que o projeto de lei antifacção que o governo elaborou patina no Congresso.
A primeira causa para as sucessivas versões do texto final e consequente adiamento da votação da matéria é a escolha do relator. O presidente da Câmara errou feio ao optar por Guilherme Derrite, que não consegue convencer nem a direita.
Fraco, Derrite chegou à relatoria com um enorme carimbo de fascista no rosto, mas quando se olha no espelho vê o PCC. Errou tecnicamente em seu parecer e perdeu definitivamente a confiança de todos.
De qualquer forma, o imbróglio na Câmara revela que o tema é de fato explosivo e será muito explorado na campanha eleitoral. O governo Lula e candidatos de esquerda precisam de vacinas eficientes contra as muitas bobagens que ainda serão ditas.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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