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A concessão de rodovias é um negócio que dá muito dinheiro no Brasil. O Grupo CCR, o maior do setor, lucrou R$ 1,78 bilhão no ano passado, um aumento de 26% em relação ao ano anterior. A Renovias, que tem a concessão de estradas na região, lucrou R$ 195 milhões em 2024, 10% a mais do que 2023.
O governador Tarcísio de Freitas, depois que deixou o Exército praticamente só trabalhou na área de transportes. Sua passagem pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) foi marcada por denúncias de corrupção. Antes de virar ministro de Bolsonaro, esteve à frente de programas federais de privatização. Ele, como se vê desde ganhou a eleição estadual, adora passar bens estatais a empresários - o caso da Sabesp, uma empresa sadia, sem nenhum problema de caixa, é o mais notório.
Essa obsessão por privatizar faz parte, portanto, de sua personalidade, de sua vida. Tarcísio age, no governo, mais como um vendedor - e um mau vendedor, já que o negócio da Sabesp foi feito por menos que o valor da empresa na Bovespa.
A privatização das rodovias do Circuito das Águas Paulista ainda está no meio do caminho. Não se sabe nada sobre quanto vai "render" aos cofres públicos. Mas todos já têm noção do prejuízo que vai causar para a região - menos turistas, menos dinheiro no bolso da população, produtos mais caros etc e tal. Em compensação, só promessas de melhorias na malha viária.
Mas a instalação dos pedágios no Circuito das Águas Paulista é só a ponta de um imenso iceberg. São Paulo tem cerca de 180 praças de pedágio. É o Estado mais pedagiado do Brasil e vai ser, até o fim do governo Tarcísio, a região mais pedagiada do planeta, sem exagero. Não vai sobrar estrada estadual sem ter uma taxa para ser percorrida. O projeto do governo é de uma tal insanidade que, talvez por isso mesmo, não ganhou até agora a dimensão crítica que merece.
O pior de tudo é que Tarcísio já foi o escolhido pela oligarquia brasileira para tomar o lugar de Bolsonaro na sucessão de Lula. Políticos de Serra Negra e região que hoje se dizem contrários à privatização das rodovias trabalharam muito para elegê-lo governador. Todos sabiam o que ele pensava, o que ele era e o que é. Se for confirmado candidato à Presidência da República, voltará a ter o apoio desses seus correligionários.
Nem dá para imaginar o estrago que tal figura vai causar se adentrar o Palácio do Planalto.
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Carlos Motta é jornalista profissional diplomado (ex-Estadão, Jornal da Tarde e Valor Econômico) e editor do Viva! Serra Negra
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