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O impacto nas finanças pessoais de pedágios nas rodovias do Circuito das Águas Paulista vai além do custo da tarifa. É preciso também considerar o quanto a cobrança vai afetar, indiretamente, a vida dos moradores das cidades da região.
Vamos ver o caso de um pedágio entre Serra Negra e Amparo, para exemplificar o que deverá ocorrer.
Os mais prejudicados serão, obviamente, aqueles que têm de se locomover diariamente entre os municípios. Fora esse público, há os que vão a Amparo para consultas e procedimentos médicos, compras, lazer ou mesmo os que simplesmente passam pela cidade rumo a outra.
E não adianta trocar o transporte individual pelo público: a concessionária de ônibus deverá transferir o ônus da cobrança do pedágio para o passageiro.
Esse são exemplos de custos diretos no bolso do serrano/amparense.
Mas há os indiretos.
Praticamente todos os preços de produtos (supermercados, comércio em geral, compras pela internet) vão aumentar, porque o preço do frete vai subir e nenhuma transportadora vai querer absorver esse aumento. A conta será paga pelo consumidor.
Fora isso, o fluxo de visitantes/turistas deve cair. Serra Negra recebe muitos visitantes de cidades próximas, o chamado "bate-volta". Muitos deles certamente vão diminuir a frequência com que vêm à cidade.
O efeito disso é queda na arrecadação do comércio, dos hotéis e pousadas, dos bares, restaurantes, pizzarias...
Há o outro lado.
As concessionárias das rodovias pagam impostos, entre eles o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), que é municipal. Resta saber se a sua receita será suficiente para compensar a perda de arrecadação do ISS em outras atividades do município, por causa da queda na atividade econômica provocada por menos visitantes e perda de poder aquisitivo da população.
Noves fora, há um fato inquestionável: as concessionárias de rodovias ganham muito, mas muito dinheiro, no Brasil. A CCR, talvez a maior de todas, lucrou, no 3º trimestre do ano passado, R$ 560 milhões, 11,7% a mais do que no mesmo período de 2023.
O governador Tarcísio de Freitas é viciado em privatizações - ou concessões, como queiram. E nem sempre elas são boas para a população.
No caso, os pedágios em nossa região vão contribuir para corroer ainda mais a renda de todos - trabalhadores, autônomos, empresários.
A reação da população, unânime no repúdio à medida, mostra de forma inequívoca, que os pedágios não são bem-vindos.
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Carlos Motta é jornalista profissional diplomado (ex-Estadão, Jornal da Tarde e Valor Econômico) e editor do Viva! Serra Negra
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