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Com toda a pompa e circunstância características, o prefeito Elmir Chedid anunciou, em redes sociais, em 7 de fevereiro - "um dia histórico para Serra Negra", como escreveu -, "um investimento de mais de R$ 15 milhões para impulsionar o desenvolvimento do nosso município". Entre as toneladas de asfalto com que pretende inundar a cidade, está lá no item 13 das medidas anunciadas - são 16 no total - a abertura de licitação para "infraestrutura e pavimentação da Rua Paulo Marchi (acesso ao Alto da Serra)".
A obra tem causado tanta polêmica que está empacada desde 2021, quando foi anunciada pela primeira vez. Ela foi motivo de uma representação ao Ministério Público por parte da Associação Ambientalista Copaíba e recebeu fortes críticas de ambientalistas serranos. Mas ao que tudo indica, a prefeitura conseguiu as autorizações necessárias para iniciá-la. O que resta agora aos que defendem a preservação da fauna e flora da montanha é chorar.
A pergunta que fica - e que deverá ser respondida no futuro - é o que fazer quando o caminho que leva ao Alto da Serra estiver todo asfaltado. Se hoje os visitantes não se inibem em subir a montanha mesmo com a péssima condição de trafegabilidade do trecho de terra, dá para imaginar como ficará o trânsito de veículos por ali com tudo pavimentado.
O mundo inteiro discute hoje como conciliar turismo com sustentabilidade. Muita gente está preocupada com a ação predatória da massa de visitantes em monumentos naturais, se não houver um mínimo de regras, de organização e de profissionalismo para recebê-los.
Serra Negra tem alguns tesouros que precisa preservar. A extraordinária concentração de água em seu subsolo é um deles. A riquíssima e belíssima flora é outro, assim como a fauna que a abriga.
Ninguém com dois neurônios é contra o desenvolvimento do município, deixando-o mais atrativo para os turistas e mais saudável para os moradores.
Há que se cuidar, porém, para que esse desenvolvimento não ocorra de forma descontrolada. O "dia histórico para Serra Negra", como o prefeito escreveu, pode ter uma conotação bem diferente daquela que ele pretendeu dar à sua frase.
E.T. : O item 16 das medidas anunciadas pelo prefeito, o último deles, também referente a autorizações para abertura de licitações, se refere a "melhorias da rede elétrica do Centro Esportivo Dr. Mário Pereira dos Santos (Discão)". Lembro que o local passou por uma ampla reforma (R$ 700 mil dos cofres públicos à época) em 2019. Esta deve ser a terceira ou quarta obra feita no complexo esportivo desde então. Já se gastou muito dinheiro nosso ali. Será que não está faltando manutenção no imóvel?
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Carlos Motta é jornalista profissional diplomado (ex-Estadão, Jornal da Tarde e Valor Econômico) e editor do Viva! Serra Negra
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