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A construção de um cineteatro com um restaurante na cobertura, no terreno onde funcionou o Cine Cardeal, torna inviável um antigo projeto que poderia ajudar a resolver os cada vez mais graves problemas que o trânsito de veículos vem causando, no centro de Serra Negra, a moradores e turistas. Esse projeto previa a abertura de uma rua paralela à Coronel Pedro Penteado, passando por trás do Rádio Hotel e emendando na Luiz Rielli.
"O projeto é muito antigo, talvez de antes de eu ter nascido", diz o médico Lauro Corrêa, que a abordou o assunto em seu blog, o "Comentando", no ar desde 2009 e no qual aborda a vida política e social de Serra Negra. "Com a construção desse cineteatro o projeto se torna inviável de vez", afirma.
Dito isso, pergunto se tem alguma sugestão para ajudar os serranos e visitantes a se locomover no Centro. Ele é sincero: "Não sei o que pode ser feito." Mas em seguida, emenda: "Talvez construir estacionamentos verticais ajude."
É isso. O médico Lauro Corrêa, assim como tantos outros serranos natos ou adotivos, pode, no máximo, dar palpites sobre como melhorar o trânsito na área central. Palpites, apenas, porque a solução do problema demanda estudos técnicos que só podem ser feitos por... técnicos.
E a prefeitura, que providências tem tomado?
O que se sabe é que o atual prefeito rasgou um plano de mobilidade urbana elaborado no governo Sidney Ferrareso, e contratou, no ano passado, uma empresa para fazer outro estudo.
O plano que foi jogado no lixo previa, entre outras providências, a construção de ciclovias, bolsões de estacionamento nas entradas da cidade e a adoção da Zona Azul. Medidas corajosas, que talvez ajudassem a cidade a sair do caos em que se encontra.
Será que o novo plano, em elaboração, trará sugestões como essas?
Elucubrações à parte, de concreto o que a prefeitura tem feito para diminuir a aflição de moradores e turistas é absolutamente nada.
Mesmo nos fins de semana, quando o tormento é maior, não se vê nem um mísero agente de trânsito nas ruas centrais, que já se tornaram terra de ninguém, onde impera a lei da selva, ou a de Gerson, aquela que nos induz a levar vantagem em tudo.
Sem fiscalização, tudo é permitido.
E sem planejamento, sem coragem para projetar o futuro, sem nenhuma ação da prefeitura, tudo vai piorar.
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Carlos Motta é jornalista profissional diplomado (ex-Estadão, Jornal da Tarde e Valor Econômico) e editor do Viva! Serra Negra
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Comentários
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Mobilidade Urbana, Acessibilidade Urbana, Meio Ambiente e Qualidade de Vida são temas que parecem não fazer parte da agenda dos grupos que comandam a cidade há décadas.
ResponderExcluirUm exemplo do desprestígio dessas ciências por aqui em Serra Negra é o Alto da Serra, cuja ocupação talvez tenha sido realizada sem estudos de impactos ambientais (EIA) e estudos de impactos na vizinhança (EIV). Talvez houveram estudos financeiros.
O resultado é que o local antes tranquilo para ouvir o vento e degustar o pôr do sol, virou de um lado uma praça de alimentação lotada e barulhenta e, de outro, um grande estacionamento lotado e congestionado a céu aberto. Preciso voltar lá para atualizar essa avaliação.
E para chegar nesse paraíso, tráfego lento, as vezes parado, na única via de acesso que, para não fugir das especificações técnicas serranas, apresenta traçado geométrico precário, corta bairros residenciais, ruas estreitas e, no caminho, parece não haver a menor preocupação com fluidez, segurança, com os pedestres, com os ciclistas, com poluição, etc.
Dane-se a mobilidade, a acessibilidade, o meio ambiente e a qualidade de vida dos moradores.
Por falar em moradores, não sei se os que residem nas ruas que dão acesso a montanha ficam felizes nos dias que ela lota.
Mais um exemplo da negação de temas tão importantes é, sem estudar, sem projetar, sem debater publicamente e, arrisco falar, sem pensar nas consequências, se cogitar municipalizar uma estrada boa para evitar a construção de marginais, faixas de aceleração adequadas, faixas de desaceleração adequadas, acessos, travessias, etc.
Ou será que existem estudos e projetos para o uso desta via? Não sei. Eu perguntei e não responderam, só reclamaram da pergunta e principalmente do autor da mesma. Se existem projetos, compartilhem. Ou será que serão aceitas soluções “técnicas” serranas, sempre econômicas, projetadas pela prefeitura e aprovadas pela prefeitura?
Claro que um cineteatro e restaurante naquele local irá impactar ainda mais o tráfego já travado no centro da cidade, ainda mais num quase beco cujo acesso são quase ruas, claro que estreitas.
E “cá com meus botões”, já não existe um teatro e um cinema no centro de convenções.
Será mais um espaço cultural que ficará também ocioso na maior parte do tempo? O projeto arquitetônico pode impressionar num primeiro momento. Gosto da escadaria que lembra da acessibilidade urbana.
Mas e o Projeto Cultural da cidade? E a secretaria da cultura? E o Conselho Municipal da Cultura?
O restaurante deverá lotar, como todos da região central. Mas será que teremos filmes de qualidade e apresentações teatrais regularmente neste novo espaço? Ou só nos finais de semana, feriados e na alta temporada para os turistas?
E mais: Será que para este novo empreendimento foi exigido um estudo de impacto na vizinhança como o que foi exigido no edifício projeto pelo Arqto. Paulo Biller na esquina das ruas Adelina Humbert Quency e Nossa Senhora do Rosário?
Ou estudos de impactos na vizinhança não são exigidos para todos os empreendimentos? Ou só são exigidos para uns e para outros não?
Mas serão mais 37 vagas novas para estacionar.
A lei municipal 2288/1997 não especifica o número de vagas para cinemas, mas podemos especular que, para a ocupação de 400 pessoas, se metade chega "a pé" e metade de carro, cada carro com duas pessoas, seriam necessárias pelo menos 100 vagas só para os cinéfilos motorizados.
Como a matéria fala, está sendo elaborado um novo plano de mobilidade e acessibilidade urbana.
Talvez esse novo estudo traga as respostas e as soluções para os graves problemas de mobilidade e acessibilidade urbana que observamos na cidade e com maior frequência nos bairros.
É importante lembrar que a cidade não é só a zona central. Os bairros também pertencem ao município. Aliás, muitos trabalhadores, responsáveis por fazer rodar a principal fonte econômica do município, moram nos bairros e enfrentam dificuldades de mobilidade e acessibilidade, além das estafantes jornadas 6x1, não é?