Longo texto da revista The Economist, vista como uma das mais influentes do mundo dos negócios, é em vários aspectos estranho ao considerar que o presidente Lula perde influência no exterior, tornou-se impopular no Brasil e não se adaptou a um mundo em transformação.
A edição é reveladora desde as fontes usadas pela revista para sustentar sua opinião. Mostra o grau de influência que agentes econômicos estão explorando em várias frentes para tentar reduzir o tamanho de Lula.
Pode até ser que Lula não esteja 100% conectado com o mundo transformado desde sua gestão anterior, mas daí a minimizar seu papel é bem coerente com o movimento do mercado financeiro e da turma do dinheiro que não quer pagar o condomínio, como diz Fernando Haddad.
Do mesmo jeito que levam uma pauta jeitosa à Economist, esse lobby ajuda o Congresso a votar somente a favor dos privilegiados.
Nesse cenário, faz todo o sentido Lula recorrer ao STF para reativar o decreto de elevação do IOF derrubado pelo Congresso, que ao mesmo tempo aprova medidas que aumentam as despesas do Tesouro em R$ 106 bilhões.
Lula está disposto ao enfrentamento político com o centrão e demais lideranças políticas que tentam inviabilizar seu governo. Tem orientado ministros e líderes da base a contrapor a oposição e apontar essas incoerências do Congresso.
Lula incentiva os aliados a mostrar que o governo tem lado e não admite cortar programas sociais para manter privilégios.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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