//FERNANDO PESCIOTTA// A caminho do Congresso



O pacote de medidas do governo para cortar gastos públicos está tecnicamente fechado e pode ser anunciado a qualquer momento. A última estimativa é de que isso ocorra nesta sexta-feira (8).

Os detalhes estratégicos serão arbitrados pelo presidente Lula, que já deu algumas dicas de que parlamentares e empresários serão chamados a dar sua contribuição, cortando emendas e subsídios.

O pacote atende a uma necessidade contábil para o arcabouço fiscal e responde a pressões do mercado financeiro, que tem especulado com a moeda e elevado o dólar, o que acaba por pressionar a inflação.

No final das contas, caberá ao Congresso aprovar as medidas, pois algumas delas pressupõem alterar leis que exigem gastos mínimos com determinadas coisas, como benefícios sociais do jeito que são hoje.

Cogitou-se alterar o reajuste das aposentadorias, o que motivou uma gritaria em setores de esquerda. Economistas progressistas, porém, concordam que há espaço para mudanças sem prejudicar o grosso dos beneficiários. Consideram inevitável alterações para dar sustentabilidade ao sistema, sob pena de colapso.

Mas não há tempo para tamanho debate. A questão apareceu como emergencial e a equipe econômica correu atrás do que é possível agora. E esse possível dependerá miseravelmente do Congresso.

É a hora de cobrar de suas excelências sua contribuição para o tal patriotismo e liberdade.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com



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