//FERNANDO PESCIOTTA// Rotina de apagões no debate eleitoral

Foto; Paulo Pinto/Agência Brasil



Os debates do segundo turno costumam ser mais produtivos do que no primeiro, aquela bagunça generalizada protagonizada por um monte de candidatos que não tem nada a acrescentar e está ali só para aparecer.

Em São Paulo, o primeiro confronto, nesta segunda-feira (14), promete ficar mais quente por causa do apagão que após três dias ainda atingia 700 mil imóveis na região metropolitana.

O problema é que não se trata de fato inédito. Ao contrário, a falta de luz entra definitivamente na rotina do paulistano.

A Enel, classificada eufemisticamente de fornecedora de energia, é uma grande porcaria há muito tempo e os agentes concessionários, o governador Tarcísio de Freitas e o prefeito Ricardo Nunes, nada fazem.

A Aneel, dominada pelas empresas do setor e sem capacidade de agir como organização pública, de defesa do interesse do consumidor, também não toma providências. A agência funciona exatamente como defendem a iniciativa privada e o mercado financeiro.

Para piorar, a prefeitura não age para evitar o caos nem no trânsito. Com semáforos desligados por toda a cidade, não há nenhuma medida para evitar acidentes, que se repetem em vários bairros.

Tarcísio, defensor de todas as privatizações possíveis, é um hipócrita ao sair atirando depois da luz derramada. O mesmo vale para Nunes, que nada fez para evitar essa situação.

Vale sempre lembrar que a privatização da então Eletropaulo, 30 anos atrás, previa o enterramento de todos os fios da cidade.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com



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