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A onda de alta do dólar tem algumas explicações técnicas, mas não dá para disfarçar o viés político, numa conjugação de aposta de gente esperta e a desfaçatez de gente sem muito escrúpulo.
É mais ou menos isso que o ministro Fernando Haddad quis dizer quando afirmou que o Banco Central “tem de ser parcimonioso” nas intervenções cambiais. Ele lembrou que o sistema de câmbio é flutuante e que o BC tem liberdade para “fazer essas intervenções quando são necessárias e tem feito muito pouco”.
Ou seja, o BC estaria deixando o câmbio solto para favorecer quem está apostando na alta do dólar, o que sempre traz prejuízo econômico e político ao País.
A lenga-lenga do Fed, o banco central americano, na definição dos juros, com muita demora para sinalizar a queda da taxa, potencializa essa jogatina no Brasil. E muita gente se aproveita desse contexto, certo BC?
Além disso, a conjuntura global inclui aumento dos juros no Japão e a desaceleração da economia da China, o que força a queda de preços de commodities, cria um ambiente desfavorável e amplia especulações.
Ainda assim, o Brasil vive um momento de muito conforto diante da tempestade e do fogo ardente. A inflação tem queda significativa, a renda está em alta e o desemprego nunca foi tão baixo.
Daí a esquisitice com a nova pesquisa Ipec mostrando que a avaliação positiva da administração Lula caiu de 37% em julho para 35%, e a de ruim ou péssima foi de 31% para 34%. Para além de queimadas e fake news pregadas pelos odiosos, só pode ser por uma comunicação que não consegue mostrar os avanços do País.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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