//FERNANDO PESCIOTTA// Mercado de trabalho superaquecido



Apesar da resistência da Faria Lima e de setores da imprensa, o governo Lula está reforçando sinais de que entende de gente e como é importante ter bons indicadores macroeconômicos para mostrar.

Segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE, o desemprego está caindo tanto que até as pessoas que estão em busca de uma vaga há mais de dois anos estão conseguindo recolocação. Para essa fatia da população, a esperança voltou.

O número de brasileiros à procura de uma oportunidade de trabalho por um período de dois anos ou mais caiu 17,3% no trimestre encerrado em junho, mostra a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (Pnad).

Agora, são 1,7 milhão de pessoas nessa situação, o menor nível para um segundo trimestre desde 2015.

A recolocação de pessoas havia tempo afastadas do mercado de trabalho é motivadora de outras voltarem a procurar emprego, o que teoricamente ampliaria o índice de desempregados – só entra na estatística quem está à procura de emprego. Ainda assim, o tempo de procura está caindo.

O crescimento da demanda por trabalhadores em várias atividades, como comércio e serviços de baixa ou alta complexidade, contribui para a retração desse tempo de procura, explica Adriana Beringuy, do IBGE.

De resto, as análises críticas da gestão econômica não passam de má vontade. Mas o problema é que o, mercado de trabalho aquecido é visto pelo velho Banco Central como sinal de inflação e motivo de alta dos juros.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com



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