//MARCELO DE SOUZA// O que Curitiba, com seus "parques esponjas", tem a ensinar a Serra Negra?

Parque das Pedreiras, em Curitiba, componente do "anel de proteção" da capital paranaense


Vale a pena assistir ao vídeo “Parques esponjas – áreas alagáveis de Curitiba tão diferentes dos piscinões paulistanos”, do canal “São Paulo Nas Alturas”, de Raul Juste Lores, no YouTube (clique aqui).

A seguir, entre aspas, transcrições aproximadas de trechos do vídeo para provocar reflexões:

“As cidades apreendem uma com as outras desde que não estejam fechadas numa BOLHA DE IGNORÂNCIA.”

“...fazer a NATUREZA voltar a ser PROTAGONISTA.”

“Não aprendemos com o que está aqui.”

“É muito fatalismo, muita resignação não aprendermos a fazer as coisas diferentes.”

“Sim, na hora de RECONSTRUIR cidades, ou PREPARAR cidades do país inteiro, é bom prestar atenção em bons exemplos pelo mundo e não simplesmente CRUZAR OS BRAÇOS.”

“...PEDREIRA virou Universidade Livre do Meio Ambiente. Poética no nome e na forma. Muito pioneira para um espaço inaugurado em 91." (www.unilivre.org.br)

“...vegetação só surgiu depois que a pedreira foi desativada e DESAPROPRIADA pela prefeitura. Foi um vizinho que vendo esse ESPAÇO ABANDONADO procurou Jaime Lerner e disse que algo deveria ser feito ali.”

“O verde foi se apropriando.”

“Construção toda com troncos de eucaliptos, ficou pronta em três meses.”

“Lerner se ANTECIPOU para não permitir ocupação irregular das várzeas de rios e fundos de vale. Em São Paulo foi um LIBEROU GERAL por 50 anos especialmente na área dos mananciais.”

Vale também assistir a esta reportagem: https://youtu.be/Ctt3RAGITsY?si=dLqCseX-tF_p7Duz

E aqui em Serra Negra?

Será que estamos nos antecipando ou será que estamos liberando geral a ocupação em áreas que deveríamos preservar? E será que outras tantas não deveriam ser recuperadas?

Tenho a impressão que precisamos estudar mais Jaime Lerner e outros urbanistas, engenheiros, geólogos, geógrafos, ambientalistas etc, além de ouvir melhor os moradores.

Em muitos lugares do mundo são feitas intervenções para corrigir problemas e implantações equivocadas do passado que ferem o ambiente e as boas normas de convivência e de civilidade.

Numa cidade que cresceu sem planejamento e onde a maioria da população vive na área urbana, adequações e correções são inevitáveis.

Lerner foi pioneiro com os corredores de ônibus, pontos de paradas inovadoras, parques esponjas espalhados pela cidade, ciclovias etc.

Também precisamos aprender com outras cidades que ousaram e optaram pelo novo nas questões ambientais, nas questões de mobilidade, nas questões de acessibilidade e nas questões do crescimento urbano minimamente sustentável.

Ousar. Mudar o rumo. Deixar de lado velhos e ultrapassados modelos de crescimento e de urbanização.

Será que a natureza e o morador não deveriam ser protagonistas numa cidade serrana?

Será que não precisamos de um número bem maior de parques e áreas verdes municipais nos bairros próximos dos moradores serranos?

Será que essas áreas verdes não deveriam ter também função social? Escolas, bibliotecas, espaços culturais, cursos diversos, teatro etc?

Será que não precisamos estudar mais e rever questões de planejamento urbano, mobilidade urbana e olhar de verdade com a devida atenção questões de acessibilidade, respeitando o direito de ir e vir de todos com segurança?

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Marcelo de Souza é engenheiro civil




Comentários

  1. Ótimo e oportuno levantar esses questionamentos Engº. Marcelo, porém, ousar e mudar são verbos difíceis de serem conjugados pelos políticos deste lindo rincão! É preciso fomentar as mudanças atraves de informação honesta, educação básica cidadã e ações independentes para se formar um novo perfil de eleitor nessas terras cheias de donos!

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