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O presidente Lula demonstra ter clareza das reais ameaças à democracia em todo o mundo. Ele volta a repetir que será necessária a união de forças em vários países para impedir que uma globalmente bem organizada extrema-direita tome a dianteira.
No Dia de São João, Lula visitou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o escritor Raduan Nassar e o linguista Noam Chonsky, a quem reafirmou ser necessária a uma ação conjunta contra os extremistas. Sua ideia é reunir os presidentes da França, Emmanuel Macron (foto), e dos EUA, Joe Biden, num movimento para fazer frente às ameaças.
Mas pode ser tarde. Hoje, as atenções mundiais estão voltadas para a França. Macron convocou eleições gerais antecipadas que podem mergulhar toda a União Europeia numa crise potencial, segundo analistas ouvidos pelo insuspeito jornal Financial Times.
O primeiro turno ocorre já no dia 30, e o partido de extrema-direita Reunião Nacional lidera as intenções de voto, graças principalmente ao apoio de jovens endinheirados. A Nova Frente Popular, coalizão liderada pela esquerda, está em segundo.
Há alguma chance de se brecar o avanço dos extremistas, mas é assustadora a atuação organizada em fake news e argumentos palatáveis para camadas da sociedade.
É um show de racismo, xenofobia e conservadorismo de fazer chorar. Chama atenção o uso das mesmas frases, argumentos e até de ferramentas de mídias digitais em vários países ao mesmo tempo.
Aqueles que acham que pode colocar gasolina na faísca imaginando que depois controlará o incêndio, a exemplo do que fazem a imprensa e empresários brasileiros, podem deixar as barbas de molho em água fria, e mesmo assim ficarão bem queimadas.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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