//FERNANDO PESCIOTTA// Mágoas e a vida própria da Petrobras



Neste ano, até o dia 14 de maio, apesar das turbulências e boatos, as ações da Petrobras acumularam alta de 17% e com isso evitaram que a Bolsa caísse mais do que os 4% verificados no período.

É mostra da força da estatal, que a despeito de todas as crises que criam em torno dela está sempre entregando resultados, lucros e dividendos.

Será o mesmo hoje e nos próximos anos. A Petrobras, poucos entendem, tem vida própria. Seu corpo diretivo pode até mudar de acordo com o governo de plantão, mas está sempre alinhado com o corporativismo. É como o sistema americano, que tem uma linha independentemente do presidente eleito que acha que vai apitar alguma coisa.

A nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, é uma engenheira competente, fez carreira na estatal, a conhece profundamente. Vai demorar um pouco ainda para assumir o cargo, por causa da burocracia, e quando o fizer terá a missão de investir, para Lula ter o que entregar, além de dividendos, do qual o Tesouro gosta muito.

Apesar de a Petrobras ter vida própria, tudo em torno dela é político. A reação de parlamentares, ministros e da imprensa é sempre política, o que causa momentâneos turvamentos.

É isso que o demitido Jean Paul Prates parece não ter entendido. Ao deixar a Petrobras, ele confessou que estava triste, magoado. Com mandato de senador, não sabe se vai continuar no PT.

Muitos anos atrás, no primeiro mandato de Lula, Fernando Gabeira também ficou magoado por não mandar na Petrobras. Deu no que deu.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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