//MARCELO DE SOUZA// Praças, asfalto, rodovia e a falta de planejamento urbano

Praça da Matriz vai ser reformada mais uma vez, junto com outras duas no Centro


Enquanto muitos bairros da periferia serrana não têm praças, muitas vezes nem calçadas, a prefeitura insiste em gastar recorrentemente dinheiro público com frequentes reformas das praças centrais. Claro, não podemos esquecer também dos frequentes recapeamentos.

Por que não estudar, reformar, modernizar e revitalizar as avenidas Juca Preto e  João Gerosa, instalando ciclovias, calçadas adequadas e arborização urbana?

Por que não estudar, projetar e implantar novas praças municipais e áreas verdes municipais nos bairros mais afastados do Centro, onde os trabalhadores moram?

Fica a impressão de que não temos realmente um projeto de cidade e um projeto para o morador da cidade. Ou que a cidade não tem problemas e que está sobrando dinheiro.

Falando em recapeamento

Na sessão de segunda-feira, 1º de março, do Legislativo serrano, se falou do recapeamento asfáltico no Loteamento São Luiz.

Não foi citado o nome da rua que será recapeada e nenhum outro dado do serviço que será executado.

Somente se falou que se trata de rua muito íngreme e muito perigosa e que, no passado, ocorreu um grave acidente e a vítima ficou paraplégica.

De alguma forma a rua nasceu muito íngreme e muito perigosa e, parece que o Poder Público não conseguiu intervir em tempo hábil para eliminar o risco devido a falha gravíssima de implantação do bairro.

A rua continua lá, muito íngreme e talvez, continue a apresentar risco. Hoje uma correção apresentaria grandes dificuldades e custos elevados.

Certamente o Poder Público devesse olhar para a segurança das vias e das áreas onde vivem pessoas e começar a pensar de readequações, reurbanizações etc.

Talvez este seja um exemplo de que equívocos ou omissões do passado podem causar na vida de uma pessoa, ou de várias pessoas.

Vereadores versus DER

Vereadores insinuam que se morrer alguém é culpa do DER, que não faz rotatórias na SP-360.

Mas o que Serra Negra fez ou faz para melhorar a segurança nas intersecções?

Nem estudos de mobilidade e plano de mobilidade temos.

Vamos discutir o viário serrano? Eu tentei quando das audiências públicas do Plano Diretor.

Não está na hora de se pensar em marginais e caminhos alternativos de verdade?

O DER sempre alertou e alerta: “Antes de construir nas margens da estrada, consulte o DER.”

Agora querem municipalizar a estrada para permitir a instalação de acessos a empreendimentos que foram implantados depois da estrada.

Sem falar que essas propriedades devem ter acesso pelo outro lado, ou seja, não é necessário estragar a estrada e afetar a segurança de milhares de usuários da rodovia.

Fica aqui minha moção de repúdio ao negacionismo da ciência.

Se municipalizar, vamos conseguir piorar essa via, não tenho dúvidas.

Vou torcer pela ciência e, neste caso, pelo DER.

Municipalização da SP-360 
do Santa Lídia até a cidade

Esse trecho da estrada, se for municipalizado, em pouco tempo, irá transformar a rodovia numa avenida e permitir a abertura de diversos acessos e a ocupação das margens.

Serra Negra precisa parar de culpar outros pelas suas omissões e equívocos passados.

Por exemplo: por anos Serra negra fechou os olhos para a proteção superficial. Hoje manda a Sabesp limpar os lagos assoreados como se a Sabesp fosse a responsável ou a culpada.

A história se repete com as intersecções com as estradas. Serra Negra parece que nunca priorizou planejamento urbano, plano diretor, sistema viário e mobilidade urbana.

Parece que nunca se preocupou em estudar marginais junto às principais estradas que cruzam o município. Agora, Serra Negra quer que o DER faça rotatórias a cada “esquina” (intersecção).

Entre prefeitura e DER, fico como DER. Pelo menos as normas técnicas são mais respeitadas pelo DER.

Que tal municipalizar a Câmara Municipal abrindo as portas da casa de lei para o amplo e verdadeiro debate público?

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Marcelo de Souza é engenheiro civil



Comentários

  1. Planejamento urbano, plano diretor, mobilidade urbana: conceitos desconhecidos no reino do comercio e turismo de compras. Será que os vereadores acreditam mesmo no que votam, ou sequer entendem o que estão votando sempre em unanimidade?

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