//POLÍTICA// Câmara vota projetos sobre violência doméstica e preservação da história de Serra Negra
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Os brasileiros que se dizem conservadores e fiscais da moral e bons costumes, seja lá o que isso signifique, vivem em eterna contradição. Em geral, têm amantes, frequentam prostíbulos, bebem em excesso, são corruptos e, não raro, batem na esposa.
A regra vale para todas as faixas sociais, com especial destaque para a classe política.
No Brasil, conservadores se confundem como liberais, se dizem defensores da liberdade, mas vetam o aborto, o porte de drogas para consumo próprio, odeiam transgêneros, castram livros didáticos, censuram manifestações artísticas que fujam do figurino careta-conservador e durante muito tempo não queriam nem o divórcio. Que liberalismo é isso?
Exemplo clássico foi dado nesta terça-feira (16) pelo Senado, que aprovou a PEC apresentada pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, criminalizando o porte ou posse de qualquer quantidade de drogas.
Além de contraditório para quem se diz liberal, é andar na contramão. A Alemanha liberou a maconha, assim como alguns Estados americanos. O governo da Holanda passou a defender a liberação das drogas como medida de combate ao tráfico, que só gera violência e custa caro ao Estado.
Ultrapassada, a PEC visa apenas dar uma resposta ao STF, que autorizara a posse de maconha para uso pessoal. Pacheco acha que com isso pode atrair votos conservadores na disputa pelo governo de Minas Gerais.
No fundo, vale tudo pelo voto e pelo poder, mas Pacheco não esconde que integra a lista de políticos incoerentes, “liberais” na boca e opressores na prática.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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