Uma conjunção de comunicação ruim, mídia mal intencionada, desencontros internos e intensa disputa política tem feito com que as virtudes do governo se percam num cenário de preocupações.
O ambiente externo também tem sido perturbador. A ameaça da vez é a possibilidade de ampliação da guerra no Oriente Médio.
No final da semana passada, a expectativa de um ataque do Irã a Israel se juntou à persistente incerteza sobre a política monetária nos EUA para derrubar os mercados. No Brasil, o Ibovespa caiu mais 1,14% e o dólar subiu mais 0,61%.
A reação do Irã acabou se concretizando no sábado, mas com drones e mísseis balísticos interceptados por Israel, num ataque que pareceu amplo e coordenado, mas que causou poucos danos.
Tratou-se de uma retaliação ao bombardeio israelense que destruiu a embaixada do Irã em Damasco no dia 1º.
A questão agora é saber como serão os desdobramentos. Tem gente dos panos quentes e tem gente querendo sangue, numa divisão evidente na ONU e até no gabinete de guerra de Israel.
Na nossa vida prática, entender e prever os desdobramentos é importante por causa do impacto na economia. Além da interferência nas bolsas e no câmbio, a nova frente de conflito deve elevar o preço do petróleo.
Especialistas lembram que o Irã é um dos maiores produtores, com mais de 4,3 milhões de barris por dia.
No Brasil, a consequência deve ser a pressão para a Petrobras elevar o preço dos combustíveis. Na semana passada, o preço da gasolina estava 17% abaixo da cotação internacional e agora com o barril de petróleo podendo ir de US$ 90 para US$ 100, essa defasagem aumenta.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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