//FERNANDO PESCIOTTA// Crime de Estado


São tantas as possibilidades, que ainda não se sabe com precisão as razões que levaram o miliciano a se esconder na embaixada da Hungria.

Pode ter sido por medo de ser preso no caso da tentativa de golpe, por causa da falsificação de certificados de vacina, pelo genocídio na pandemia, por medo de ser envolvido na investigação da morte de Marielle Franco e Anderson Gomes e porque simplesmente tem medo sempre.

O miliciano e seu entorno sabem muito bem o que está em torno do assassinato de Marielle. Eles apenas achavam que o esquema montado para impedir as revelações seria eficiente para o resto da vida.

O que sempre se soube e quem à tona agora com as investigações da Polícia Federal, é que há um criminoso organograma de poder no Rio de Janeiro envolvendo todas as instâncias legais.

Um contratante do assassinato de uma vereadora é conselheiro do Tribunal de Contas, outro é deputado federal e há o chefe da Polícia Civil organizando tudo. É o Estado assassino.

O pior é que nada disso é novidade. Há anos que se sabe que a milícia está entranhada com o Estado e todos sabemos quem são esses caras que se locupletam com os esquemas paralelos de enriquecimento.

Nunca é inoportuno lembrar que no período do assassinato de Marielle e Anderson, o Rio de Janeiro estava sob intervenção federal na segurança pública, e o interventor era o general Braga Neto, o mesmo que viria a ser braço direito do governo do genocida e candidato a vice-presidente.

Por que será?

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com



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