//FERNANDO PESCIOTTA// Veja o que tem por trás do déficit



No dia em que a Polícia Federal bate na casa do miliciano, prende dois de seus assessores, o intima a entregar o passaporte e vasculha a casa de militares, a mídia ainda dá atenção ao fato de o setor público, incluindo Previdência, Tesouro e Banco Central, ter apresentado déficit de R$ 129,573 bilhões em dezembro. O acumulado do ano foi para R$ 249,124 bilhões, ou 2,29% do PIB.

De forma objetiva, os dados estão sendo publicados pela imprensa sem contextualizações ou maiores explicações, deixando no leitor ou no ouvinte a convicção de que a coisa desandou.

Esse déficit, porém, não indica descontrole nas contas públicas. Como explica o jornalista e economista José Paulo Kupfer no portal UOL, parte importante desse monte de dinheiro tem origem na necessidade de recompor programas congelados ou caloteados na gestão (?) do miliciano.

As despesas com o social aumentaram cinco vezes em 2023.

Durante quatro anos, o salário mínimo ficou sem aumento real, houve congelamento dos salários dos servidores públicos, acabaram completamente os estoques reguladores de alimentos e, impressionante por termos vivido anos de pandemia, o programa de merenda escolar sofreu enorme corte.

A correção de rumo não se dá apenas na arrumação interna. A andança de Lula pelo mundo parece também estar dando resultado. Em janeiro, a balança comercial teve superávit de US$ 6,526 bilhões, alta de 185,6% em relação ao mesmo período de 2023, maior resultado para janeiro em toda a história.

No mês, o País exportou US$ 27,016 bilhões, aumento de 18,5%, e importou US$ 20,489 bilhões, queda de 0,1%. Com isso, a conta corrente de comércio totaliza US$ 47,505 bilhões, avanço de 9,7%, também recordes.

--------------------------------------------------

Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


Comentários