//FERNANDO PESCIOTTA// Segurança: medos e necessidades



Há alguns anos, recebi um casal de amigos de Portugal e os levei para jantar, no meio de semana, num restaurante tipicamente brasileiro na Vila Madalena, em São Paulo.

No caminho, minha amiga não escondeu sua surpresa ao ver “tanta gente” nas ruas. Influenciada pelo noticiário da TV Record em Portugal, canal que então liderava a audiência em Lisboa, ela achava que ninguém saía às ruas por causa da violência.

O caso ajuda a ilustrar como a questão da segurança pública é um grande problema há décadas, mas sempre agravada quando o governo é de esquerda. Para grande parte da elite econômica e da classe média, partidos como o PT são complacentes com os “bandidos”.

Não por acaso, o Senado aprovou projeto que acaba com a chamada saidinha de presos em datas comemorativas. Para o Ministério da Justiça e especialistas, a medida é uma forma de ressocializar os presos, mas a parcela mais conservadora da sociedade entende apenas como uma forma de dar liberdade a bandidos.

Inicialmente, o governo prometeu vetar a proposta, se aprovada em definitivo na Câmara. Mas agora o Planalto já fala em ouvir ministérios e vetar parte da proposta.

O fim da saidinha é aprovado pelo Senado uma semana após a fuga inédita de dois presos de presídio federal de segurança máxima. Nesse contexto, o coordenador científico do Núcleo de Estudos da Violência da USP, Sérgio Adorno, expõe no jornal Valor Econômico uma sugestão que vale para toda a área de segurança pública.

Para ele, é uma oportunidade para o governo criar um pacto amplo com a sociedade e demais esferas de governo para elaborar um plano de segurança pública com metas de curto, médio e longo prazos. 

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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