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O deputado Arthur Lira, presidente da Câmara, usa o cargo para tentar se perpetuar no poder, que lhe parece doce. Tanto assim que Lira viajou em avião da FAB para participar de desfiles de carnaval no Rio de Janeiro e Salvador, onde esteve com o também deputado Elmar Nascimento, cotado para ser seu sucessor na Câmara.
No Rio, Lira desfilou pela Beija-Flor, escola de samba que recebeu patrocínio de R$ 8 milhões da prefeitura de Maceió, cidade governada por João Henrique Caldas, seu aliado político. Um coronelato na Sapucaí.
O presidente da Câmara, como se vê, estava muito ocupado para tratar de assuntos banais como a suspeita de sabotagem para facilitar a fuga inédita de um presídio federal.
Mas um aliado seu, o deputado Ubiratan Sanderson, estava de plantão para convocar o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. A oposição quer explorar o episódio politicamente.
No governo Lula há quem veja a ação de policiais bolsonaristas na facilitação da fuga em Mossoró. Afinal, o fato inédito ocorreu uma semana após a Polícia Federal apertar o cerco a militares e ex-ministros do antigo governo, indicando uma suposta proximidade de prisão do miliciano golpista.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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