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Foto: Lula Marques/Agência Brasil |
Na abertura do ano legislativo, o presidente da Câmara, Arthur Lira, fez um discurso voltado ao público interno, visando agradar os deputados do Centrão porque se preocupa com sua sucessão, em fevereiro de 2025.
Satisfez sua base, mas expôs desejos inescrupulosos, como a fixação em colocar cada vez mais dinheiro num ralo sem fim de corrupção chamado emendas parlamentares. Revelou a quem quisesse ouvir o desperdício de recursos sem planejamento e sem prestação de contas.
A radicalização deve ser entendida como sinal de fraqueza. Ironicamente, quanto mais Lira se fecha com o Centrão, mais exposto fica, menos mobilidade tem. Seu espaço de articulação se restringe.
O discurso de Lira expôs uma dureza que não se viu em outras gestões. Mas isso se explica pelo fato de que no governo do miliciano Lira gritava e todo mundo obedecia. Agora, ele precisa elevar ainda mais a voz para tentar ser convincente, o que nem sempre consegue.
O grito de Lira soa desespero. Seu poder de barganha neste ano fica menor. A pauta ficou mais esvaziada e por causa da eleição municipal em abril entra em vigor o prazo de vedação das transferências voluntárias da União, prejudicando a liberação de emendas. Daí o desespero para incluí-las no Orçamento.
Atrás de ameaças e pressões, o que Lira quer é o apoio do presidente Lula para fazer seu sucessor no comando da Câmara. Afinal, sem espaço no governo, onde de fato pode exercer poder, fica mais difícil atrair votos.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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