//FERNANDO PESCIOTTA// Linha dura



O futuro ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, recebeu carta branca do presidente Lula e começou a montar sua equipe ignorando questões partidárias. Até aqui, entre confirmados e especulados, predomina o perfil técnico e a relação de proximidade com o ministro, que nunca foi político.

O que mais surpreende até agora é a escolha do procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Luís Sarrubbo, para ser o secretário nacional de Segurança Pública.

Sarrubbo tem uma longa história de combate ao crime organizado, segundo especialistas. Ligado ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, que foi secretário de Segurança do Estado de São Paulo, Sarrubbo é visto como um “durão”.

As análises são de que a escolha de Lewandowski é um claro recado: a despeito do seu perfil garantista e de diversos julgamentos a favor dos direitos humanos, ele vai adotar “linha dura” no combate ao crime organizado.

No dia em que Sarrubbo foi confirmado no cargo, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, falou para uma plateia de líderes globais e empresários poderosos, em Davos, que a ênfase do Estado deve recair sobre o combate à criminalidade, até para a preservação da Amazônia, hoje fortemente tomada por organizações criminosas.

Pode ser que Lula tenha aproveitado a troca de comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública para reforçar a orientação de combate ao crime. Ou pode ser iniciativa do novo ministro. Seja como for, tende a agregar positivamente para o governo, pois é intensa a cobrança da sociedade por medidas mais efetivas de combate à criminalidade.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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