//FERNANDO PESCIOTTA// Lula na posse de Milei



Quando me perguntaram sobre a situação na Argentina após a vitória de Javier Milei com suas propostas absurdas e excêntricas, respondi que, ao contrário do miliciano, Milei cederia às pressões por maior bom-senso.

Passo importante para isso foi dado neste domingo (26), quando a futura chanceler da Argentina, Diana Mondino, esteve em Brasília. Ela se encontrou com o ministro do Itamaraty, Mauro Vieira (foto), e lhe entregou uma carta de Milei para Lula. É um convite para a posse no dia 10 de dezembro.

Mais do que o conteúdo da carta, a viagem de Mondino a Brasília tem um enorme significado. O grupo que deverá controlar parte do governo argentino, com gente indicada pelo ex-presidente Maurício Macri, como a própria Mondino, indica que vai desfazer a infantil ideia de romper com o Brasil e a China.

Na carta enviada a Lula, Milei fala em “trabalho frutífero” e “construção de laços”. Ao entregá-la, Mondino explicitou o apoio ao acordo entre Mercosul e a União Europeia que está sendo costurado por Lula.

Milei está se revelando mais racional e esperto do que o miliciano. Loucura e excentricidade podem ser parecidas, mas o argentino consegue ver que sua bizarrice não teria futuro.

Quanto à pergunta se Lula deveria ir à posse depois de tudo que Milei disse sobre ele na campanha, a resposta continua sendo sim. Mostraria a grandeza da liderança de Lula e jogaria o constrangimento no colo do argentino.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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