//FERNANDO PESCIOTTA// A falta de luz é exemplo para a Sabesp



O diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, disse que vai se reunir nesta segunda-feira (6) com representantes das distribuidoras e da agência estadual paulista para debater os efeitos do clima extremo no setor por causa do caos que algumas cidades vivem desde a chuva de sexta-feira.

Na Capital, a Enel informou, 48 horas após o temporal, que restabeleceu a energia para 1,4 milhão de clientes, 66% dos 2,1 milhões de afetados. Mas a normalização para os demais 700 mil só deve ocorrer ao longo da semana.

A empresa tenta normalizar o absurdo. É inadmissível que tantos consumidores tenham tamanho prejuízo por causa da incompetência de uma empresa que historicamente não dá a mínima para a qualidade do serviço prestado a ponto de ter demitido grande número de funcionários ao longo de um período que só fez crescer sua rede de clientes.

O objetivo de Sandoval Feitosa na reunião com as empresas do setor é analisar as consequências das chuvas no Estado e debater como ter uma rede elétrica mais resiliente.

Feitosa poderia começar exigindo que a Enel honre o contrato e enterre 100% dos fios na Capital. Não adianta ficar falando em clima severo e queda de árvores. Se a fiação estivesse onde deveria estar, nada disso aconteceria.

A previsão de enterrar os fios, padrão normal no país de origem da Enel, que é italiana, e em qualquer outro lugar civilizado, constava do contrato de concessão assinado ainda pela Eletropaulo. De lá para cá, Estado e empresa tergiversaram e abandonaram o plano.

Quem paga a conta amarga é o consumidor, que em pleno século 21 fica absurdos cinco dias sem energia elétrica.

O governador Tarcísio de Freitas, feliz com o que está vendo, quer fazer o mesmo com a Sabesp. É um sádico.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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