//TURISMO// Mirante, praça e asfalto. As propostas para a obra de R$ 3 milhões

Mirante no Morro dos Ventos, na Chapada dos Guimarães: Serra Negra poderá ter um similar


O Conselho Municipal de Turismo (Comtur) de Serra Negra aprovou às pressas, por unanimidade, nesta segunda-feira, 16 de outubro, três propostas de projetos para a cidade. A finalidade é usar os R$ 3 milhões que o governo do Estado vai repassar para obras turísticas no município. 

Uma das propostas prevê a construção de um mirante. Outra, a pavimentação asfáltica em acessos a atrativos turísticos, e a terceira, a construção de uma praça.

As três propostas serão encaminhadas para aprovação do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos (Dadetur), órgão vinculado à Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo, que repassará os R$ 3 milhões para a construção de apenas uma delas em 2024, ano de eleições municipais. 

As ideias foram apresentadas pelos secretários de Turismo, Carlos Tavares, e de Obras, Danilo Jorge Garcia. Nenhum dos projetos está pronto, embora o prazo para apresentá-los ao Dadetur se encerre na nesta sexta-feira, 20 de outubro.

Os conselheiros do turismo aprovaram as três ideias apresentadas por unanimidade mesmo sem conhecer detalhes importantes das obras, como, por exemplo, onde será instalado o mirante.

“A construção de um mirante de observação do município pode ser no Alto da Serra, no morro do Cristo ou nas montanhas atrás da prefeitura. Tem de ser uma coisa de grande impacto, como foi a Fontana Di Trevi”, disse o secretário de Turismo, Carlos Tavares. Não houve nenhum questionamento sobre possível impacto ambiental ou urbano do empreendimento.

As obras de asfaltamento em acessos a atrativos turísticos podem incluir o trecho da estrada que vai até o Alto da Serra, alvo de críticas de ambientalistas da cidade e até de denúncia à Promotoria de Justiça de Serra Negra.

Os R$ 3 milhões podem ser investidos ainda em uma grande praça para atrair turistas. O local escolhido para isso seria o bairro das Três Barras onde teria sido fundado o município e que seria integrada à rota turística chamada de Fundação de Serra Negra.

Sem discussão

Nenhum desses detalhes foi discutido com os conselheiros do turismo. A população também não deverá ser consultada sobre o assunto ou poderá opinar sobre essa nova obra turística. A proposta apresentada ao Dadetur deverá passar por todas as etapas do Conselho de Orientação e Controle (COC), órgão também vinculado à Secretaria de Turismo, até 1º de dezembro e para receber a assinatura do governador Tarcísio de Freitas.

A justificativa apresentada pelos secretários para a aprovação às pressas é que só na semana passada o governo do Estado de São Paulo anunciou o repasse de um total de R$ 400 milhões dos cofres estaduais para as 70 estâncias turísticas do Estado. Os secretários disseram que não há tempo hábil para discutir os projetos com os conselheiros nem com a população, repetindo o ocorrido na aprovação da cópia da Fontana Di Trevi.

Para garantir quórum na votação dos projetos, pelo menos três secretários compareceram à reunião do Comtur, depois de meses consecutivos de ausência.  Além do secretário de Turismo que estava ausente de suas funções por problemas de saúde e do secretário de Obras, participaram da reunião o secretário de Saúde, Ricardo Minosso, e do Esportes, Danilo Mainente.


 

Comentários

  1. As vezes penso se num estado com tantas necessidades é adequado soltar milhões para as cidades turísticas gastarem, eventualmente, com artificialidades, com uma réplica de qualquer coisa.
    Tem a verba, então vamos inventar um projeto e vamos usar a verba. Vamos fazer um projeto às pressas e pegar a verba. Se não usar, vamos perder a verba.
    Por exemplo, será que Serra Negra ao invés de gastar milhões de dinheiro público não seria autossustentável se investisse melhor na natureza sem grandes estruturas mirabolantes como réplicas ou mirantes de vidro e em tantos recapes, alguns questionáveis.
    E aí quando a gente avalia as estradas estaduais para se chegar em Serra Negra, percebe que muitas precisam urgentemente de melhorias, adequações, modernizações, até para melhorar o conforto e principalmente a segurança de todos os usuários, inclusivo dos turísticas.
    Por exemplo, para os visitantes que chegam a Serra Negra pela Fernão Dias, são obrigados a passar por dentro de um trecho urbano Bragança Paulista e de Amparo.
    Dependendo do dia e do horário, as avenidas que atravessam Bragança estão congestionadas.
    Na saída de Bragança, o trecho de acesso da SP-146 para a SP-95 para Tuiuti é uma travessia em nível que oferece risco aos usuários. Nada é feito para melhor.
    Quem vem pela Rodovia dos Bandeirantes passa pelo perímetro urbano de Itatiba ou, usa o anal viário que liga a entrada da cidade diretamente a Rodovia Dom Pedro. Essa alternativa é a SP-063 de pista simples e de tráfego frequentemente intenso, com muitos caminhões. É um trecho extremamente desconfortável e inseguro. Essa rodovia também segue até Socorro, de mesma forma, insegura e desconfortável.
    Em Morungaba é obrigado a atravessar trecho urbano e suas lombofaixas, frequentemente com caminhões.
    Será que não seriam importantes rotas alternativas para não ter que passar pelo perímetro urbano destas cidades?
    A própria travessia em nível em frente ao posto da barragem é extremamente arriscada. Está lá e agora com a conclusão do asfaltamento da perimetral, deve aumentar o fluxo e, consequentemente, o risco de acidentes.
    Será que os milhões que serão distribuídos para as várias cidades turísticas não seriam melhor empregados na melhoria da malha viária para chagar nas cidades turísticas?
    É verba garimbada e só por isso podemos queimar?
    Será que não precisaríamos avaliar melhor as prioridades?

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