//FERNANDO PESCIOTTA// Hospital bombardeado, e o lucro com a guerra



Após 12 dias de conflito, finalmente o mundo ficou perplexo e indignado. A explosão num hospital na Faixa de Gaza, com a morte de pelos menos 500 pessoas, segundo autoridades locais citadas pela Al Jazeera, chocou o mundo.

Israel nega a autoria do crime e acusa o Jihad Islâmico, mas na madrugada desta quarta-feira (18) finalmente cedeu às pressões internacionais, com o Brasil à frente, para permitir atendimento humanitário no sul de Gaza, o que pode possibilitar a saída de refugiados.

O Jihad Islâmico foi fundado na década de 1980 na Faixa de Gaza para combater a ocupação israelense. Tem presença no pequeno território e na Cisjordânia, também ocupada por Israel. É apoiado pelo Irã, cujo governo é xiita – a maioria dos países muçulmanos é sunita – e por isso é considerado terrorista pelos EUA.

Enquanto a crise no Oriente Médio ameaça se alastrar, com reflexos na Europa, nos EUA, onde ao menos uma criança muçulmana foi agredida, e na região, a ONU segue seus tradicionalismos. O que se vê é um organismo multilateral inócuo e desinteressado em acompanhar os avanços globais, acomodado em sua inutilidade.

O conflito continua servindo para mostrar ao mundo que os palestinos sofrem sem autonomia e independência em seu território, sob o poderio econômico, militar e político de Israel.

Prova disso é que o presidente dos EUA, Joe Biden, se desloca de Washington para visitar Benjamin Netanyahu, o maior responsável por essa guerra. O apoio incondicional a Israel deverá render US$ 10 bilhões na venda de armamento pesado aos israelenses. 

-----------------------------------------------------

Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

c

Comentários