//FERNANDO PESCIOTTA// Cenário global e estabilidade nacional



Nas últimas semanas, os negócios globais foram fortemente impactados pela convicção de analistas de que os juros nos EUA ficarão mais altos por mais tempo por causa do “esforço” do Fed, o banco central do país, para levar a inflação para o centro da meta, que é de 2% ao ano.

Com os juros nos EUA mais elevados, os investidores optam por retirar recursos de outros mercados para buscar segurança em títulos garantidos pelo Tesouro americano com remuneração mais compatível. Isso explica as fortes oscilações da Bolsa e do dólar.

De dez dias para cá, o mundo ganhou outra frente de sensibilidade com a guerra em Israel, agora sob ameaça de ser mais ampla e mais demorada.

O cenário externo mais sensível, porém, não alterou as projeções de economistas de bancos ouvidos pelo BC para a composição do Boletim Focus. A sinalização para a Selic continua sendo de 11,75% no final deste ano e de 9% em 2024.

Analistas consideram que o risco principal do conflito em Israel é uma possível pressão sobre o preço do petróleo, que resultaria em alta da inflação. Após aumento de 8% na semana passada, o preço do petróleo ontem caiu, mas ainda fica acima de US$ 90 o barril.

Os anteparos da economia brasileira neste ano são inegáveis. Os investidores e analistas não dizem publicamente, mas enxergam maior segurança e equilíbrio nas finanças nacionais, daí os indicadores não serem tão impactados por um cenário global tão preocupante.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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