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Dalila: "Minhas pinturas simplesmente 'vêm' |
A Casa da Cultura e Cidadania Dalmo Dallari inaugura na sexta-feira, 27 de outubro, às 20 horas, a exposição das "pinturas energéticas" de Dalila Praxedes Frazão, integrante do projeto Artistas Serranos, que pretende dar espaço para manifestações artísticas de criadores locais. A mostra ficará aberta ao público até 15 de novembro.
Dalila é autodidata e diz que começou a pintar impulsionada por uma "voz que vinha na minha mente". Brinca dizendo que "hoje em dia, isso seria classificado como esquizofrenia". E conta que a partir daí começou a fazer sua primeira pintura, num pedaço de madeira de um velho guarda-roupas que havia desmontado.
"Eu não tenho talento para desenhar de fato, apenas traço o que sinto e que dentro do meu discernimento pessoal, eu entendo que tenho que fazer", diz, acrescentando: "Não conseguiria expressar exatamente com palavras o que são minhas pinturas energéticas, elas apenas 'vêm', algo que precisa ser expressado através de traçadas em cores. Cada um verá o que seus olhos conseguirem ver, isso pode ser tanto o bem como o mal."
Uma das características das obras de Dalila são textos que ela escreve atrás de seus quadros. O detalhe é que ela usa uma escrita própria: "A escrita que surge não é uma explicação do quadro, é apenas o complemento da energia traçada, elas se completam mas não se explicam. As letras não são escritas em outra língua, e sim viradas de outra forma. Aquele que adquirir um quadro energético, será protegido de interpretações de terceiros que não têm nada a agregar", explica.
Dalila trabalha no comércio local, algo que define como "desgastante". Revela que às vezes "a canseira me impede de fazer uma canalização clara das pinturas, que também demandam muita energia" e por isso "é preciso muita paciência e não forçar nenhuma ação que possa trazer energias densas".
Ela acredita que sem arte "a vida não tem sentido". Está convicta de que "a força maior que nos rege, Deus, nos deu a arte para conseguirmos evoluir além da matéria" e sem ela "seríamos apenas operários de realizações materiais vazias".
Sobre a vida cultural de Serra Negra, Dalila faz um paralelo com a importância que se dá ao turismo: "Serra Negra no momento está voltada para o crescimento da economia turística, infelizmente não vejo ainda um interesse cultural/artístico de fato aqui. Vejo apenas como entretenimento turístico e não como uma valorização da essência dos artistas que existem aqui, mas acredito que com uma união com um propósito certo, consigamos mudar esse quadro e andar lado a lado com o crescimento do turismo em Serra Negra."
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