//FERNANDO PESCIOTTA// Encontros secretos



Revelação feita pela CPI do 8 de Janeiro e publicada pelo jornal O Globo pode ser o argumento que faltava a quem se opõe à suposta indicação de Augusto Aras para continuar à frente da Procuradoria-Geral da República.

E-mails encontrados na lixeira da caixa de e-mails do tenente-coronel Mauro Cid, que está preso, indicam que Augusto Aras e sua vice, a execrável Lindôra Araújo, se encontraram às escondidas, à noite, no Palácio da Alvorada com o chefe da milícia do Planalto.

Conforme a reportagem, os encontros, com e sem testemunhas, sempre renderam frutos ao genocida. Após essas despudoradas reuniões, alguma decisão foi tomada a favor do miliciano.

As reuniões registradas pelo então ajudante de ordens não constavam da agenda oficial nem foram divulgadas pelo governo ou pelo MPF. A ideia é que ninguém descobrisse a promiscuidade.

A primeira delas, com Lindôra, ocorreu no dia 11 de abril de 2022. Oito dias depois, em manifestação no STF, Lindôra afirmou que não via indícios de crime do miliciano no inquérito que apurava a atuação de dois pastores lobistas na liberação de verbas do Ministério da Educação.

Um dos encontros, em agosto, serviu também para livrar o miliciano de indiciamento por ter atacado o sistema eleitoral.

Corrupção ou prostituição, esses encontros secretos revelam um procurador-geral da República medíocre e desprezível, talvez até mais do que o quadrilheiro que estava no Planalto.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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