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Ex-líder sindical, o jornalista Fernando Villavicencio era candidato a presidente do Equador, mas foi assassinado na quarta-feira (9). Uma facção criminosa operadora do tráfico de cocaína assumiu a autoria.
Veículos da imprensa do país e até do exterior estão com dificuldades para classificar Villavicencio politicamente. Ele já foi considerado um moderado de esquerda, mas outros o veem como de centro-direita.
Seu discurso era confuso, beirava o populismo rasteiro e caminhava nos últimos tempos para o heroísmo. Ele se colocou como o salvador da pátria, o super-herói que resolveria tudo sozinho e contra todos. O antipolítico.
Nos últimos anos, criticou o chefe da milícia brasileira, mas também tem detonado o presidente Lula sem nenhum elogio para indicar sua moderação.
O assassinato de Villavicencio traz à tona, ao menos para nós que mantemos alguma distância da realidade da região, o avanço dos cartéis na América Latina.
No México, o governo tem dificuldades para controlar algumas regiões. A Colômbia vive uma guerra há décadas, assim como o Brasil, embora sem reconhecê-la. E agora sabe-se que a situação é tão ou mais grave no Equador.
Sem nenhuma relação com o ocorrido com Villavicencio, o discurso de Lula nesta quinta-feira mostra o quanto oportunamente está alinhado com essa crise de segurança. Lula condenou duramente a forma com que a polícia do Rio de Janeiro “combate” o crime organizado pelo menos desde os anos 1990, levando à morte de centenas de inocentes, como o menino de 13 anos assassinado nesta semana em Cidade de Deus.
Lula tem razão, mas também é preciso reconhecer que os partidos de esquerda têm de avançar nas propostas para a área. Só prevenção, por meio de políticas de distribuição de renda, parece não ser suficiente para convencer a classe média, mesmo a classe média baixa, temerosa pela segurança de seus bens e, principalmente, de sua família.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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