//FERNANDO PESCIOTTA// Risco Brasil melhora e editores piram



O sucesso de um governo considerado de esquerda deixa os barões da mídia brasileira de mau humor. Seus editores lambe-botas ficam desorientados. Em vez de sentar no divã, acabam fazendo trapalhadas, com prejuízo de seus próprios negócios e do leitor.

Com o advento golpista que levou Michel Temer ao poder, movimento que abriu espaço para o miliciano, o Brasil passou a viver na segunda divisão do mercado econômico-financeiro global, com rebaixamento nas classificações de risco após as gestões petistas terem levado o País ao grau de investimento, o topo da pirâmide.

Nesta quarta-feira (14), após quatro anos, a agência de classificação de risco S&P Global Rating melhorou a perspectiva do rating “BB-“ do Brasil de estável para positiva, em decisão creditada a um crescimento econômico acima do esperado.

Para a agência, a melhora na perspectiva da nota de crédito soberano do Brasil reflete os sinais de maior certeza sobre a estabilidade das políticas fiscal e monetária.

A S&P acrescenta que o crescimento contínuo do PIB somado ao novo arcabouço fiscal pode resultar numa carga da dívida pública menor do que o esperado, o que apoia a flexibilização monetária e sustenta a posição externa líquida do País.

Traduzindo para o português bem claro, a agência, que reflete o pensamento do mundo financeiro, considera que a gestão da economia do Brasil melhorou, os investidores estão mais confiantes e a aposta no País voltou a valer a pena.

Como resultado, os juros futuros reforçaram a tendência de queda, a Bolsa retomou níveis de negócios raramente vistos nos últimos anos e o dólar despencou para a menor cotação em mais de um ano.

Também como resultado, as edições impressas dos veículos considerados da “grande” imprensa – exceção ao Grupo Globo – escondem a notícia. É um tiro no pé. O Estadão, por exemplo, definha e se transforma numa publicação de bairro de péssima qualidade. A Folha tem como principal acionista um banqueiro.

Para eles, o ambiente de negócios mais otimista seria uma alternativa para se capitalizar. Sem falar na questão profissional, de levar a seus leitores a melhor informação. Em vez disso, escondem a notícia atrás de caixas e caixas de Rivotril.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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